Ainda lambendo as feridas da perda do título de campeão parana1ense para o Operário depois de uma dramática disputa de pênaltis, o torcedor maringaense busca explicação nos detalhes. Há quem pense que Castilho não deveria ter tirado o goleiro Dheimison que estava quente no jogo. Castilho colocou João Gabriel em campo nos últimos segundos dos acréscimos só para defender os pênaltis, já que o atleta tem fama de pegador de pênaltis e mostra isso nos treinos. Só faltou explicar bem a regra a João Gabriel que não se manteve na linha em nenhum dos pênaltis do Operário, e por isso, o árbitro em modo acertado, mandou voltar o único penal que ele pegou; se tivesse pegados outros, o árbitro certamente teria mandado voltar a cobrança.
Há quem pense também que se você tem no elenco um zagueiro que tem um histórico negativo batendo pênaltis em jogos decisivos, ele deve ficar bem longe e só cobrar se não sobrar nenhum dos onze. Quis o destino que um dos melhores jogadores do Maringá Futebol Clube recebesse o encargo de bater o penal que não poderia ser perdido para que o Dogão continuasse a sonhar. Ronald Carvalho, o capitão do Dogão jamais foi questionado por suas performances como zagueiro e líder do time, mas ontem não foi a primeira vez que mostrou que o negócio dele é bater pênaltis; sobretudo em partidas decisivas. Castilho não disse na coletiva que Ronald também teve ótimo aproveitamento cobrando pênaltis nos treinos, mas é provável que tenha sido isso que o tenha levado a escalá-lo para bater. Só que cobrar pênalti após 90 minutos mais acréscimos em uma partida de final, com estádio lotado, é outra coisa. No vídeo acima se vê a cobrança de Ronald no dia 16 de setembro de 2024 e também a de ontem (29/04/2025) contra o Fantasma. Bateu mal contra o Anápolis e bateu em modo identicamente mal contra o Operário. Nasa duas cobranças, o zagueiro parte da linha da grande área, olha para o goleiro para ver seus movimentos, dá uma paradinha, bate de pé direito de chapa à meia altura e, facilita tudo para os goleiros do Galo Goiano e do Fantasma.
É lógico que se Ronald tivesse correspondido não estaríamos falando disso agora; talvez falaríamos sempre de uma derrota do Dog com erro de um atacante, mas não foi assim. O FATO é que o Dogão fez uma partida exemplar e o Operário também, mas alguém tinha que sair com a taça e para isso outro alguém tinha que errar, e Ronald errou, de novo.
Castilho e Ronald são pilares do elenco e se não aparecerem clubes interessados em levá-los, algo que tem muita chance de acontecer diante do desempenho em suas funções, ambos farão parte do futuro do clube que ainda esse ano tem pela frente o mata-mata da terceira fase da Copa do Brasil e a Série C do Brasileiro com estreia confirmada para dia 13 de abril em Campinas contra o Guarani. O Dogão precisa de Castilho porque seu estilo de jogo controverso e contracorrente funciona bem, e ele vai aprimora-lo ainda mais com certeza; Maringá também precisa de Ronad que não deixou de ser o grande capitão e xerife da zaga, mas no futuro, é melhor que ele fique bem longe da marca do cal, sobretudo em partidas decisivas. Vamos chorar por mais um tempinho e depois, com as feridas cicatrizadas, o maringaense vai se levantar de novo para empurrar o time de Castilho, Ronald e de todos os outros. O Maringá Futebol Clube chega ao seu Tetra Vice-Campeonato e sem querer, enaltece as três conquistas de títulos paranaenses do Grêmio Maringá, que mesmo quase morto, estacionado na Terceirona, é um fantasma que assusta talvez mais do que o fantasma de Ponta Grossa.