Páscoa, Ascensão e Pentecostes estão intimamente entrelaçados. Páscoa inaugura o tempo do Ressuscitados, que uma vez retornado ao Pai, envia-nos o seu Espírito. Os Atos dos Apóstolos descrevem os eventos do dia de Pentecostes: Reunidas no Cenáculo 120 pessoas, homens e mulheres, certamente trazendo junto suas crianças, são envolvidas por um vento impetuoso e sobre todas elas pousam como que línguas de fogo: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2, 1-11). Algumas representações de Pentecostes encurtam este cenário e retratam apenas os doze apóstolos com Maria ao centro recebendo as línguas de fogo. Deixam, assim de fora mais de cem outros discípulos e discípulas que estavam ali presentes e empalidecem a figura e a realidade da Igreja como povo de Deus. O Espírito dado a todas essas pessoas é a primeira marca de Pentecostes. Uma segunda marca é que em Pentecostes acontece o oposto de Babel. Ali se deu a confusão das línguas, que provocou a separação e dispersão dos povos. Em Pentecostes, aqueles judeus devotos de Jerusalém, vindos de todas as nações “cheios de espanto e admiração, diziam: ‘Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós escutamos na nossa própria língua? Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia, da Panfilia, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem, judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus nossa própria língua” (At. 2, 7-11). No Espírito, pois, mantendo a riqueza de sua diversidade de línguas e culturas, os povos e pessoas voltam a se entender e a compreender a maravilha de Deus que as fez iguais, sem qualquer tipo de discriminação, filhas e filhos do mesmo Pai e abraçadas pelo seu amor O evangelho de João (Jo 20, 19-23), por sua vez, numa breve e sucinta narrativa, mostra como Jesus, no dia mesmo de sua ressurreição, irrompeu naquele lugar em que por medo, os discípulos estavam trancados, com portas e janelas fechadas, para desejar-lhes por duas vezes a paz. Mostra-lhes as mãos e o lado chagados pela paixão, mas transfigurados pela ressurreição e os envia, para fora, destrancando portas e janelas, trocando medo por coragem e ousadia: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (21, 21). Para este envio, não impõe sobre eles a sua mão, nem os abençoa, mas retoma o mesmo gesto de Deus na criação, que com o sopro de sua boca, fez daquele barro por ele modelado, um ser vivente. Jesus, depois de ter dito que os enviava, “soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados…” (21, 22-23). Em Pentecostes inicia-se o tempo da Igreja, investida da missão de ser mensageira e construtora da paz. O Papa Leão XIV que acaba de assumir o pastoreio da Igreja, colocou o empenho pela paz, como prioridade do seu ministério. Nós podemos nos somar a ele no propósito de sermos artífices de reconciliação e de paz nas nossas famílias, vizinhança, no trabalho, na comunidade, nas redes sociais Em Pentecostes, somos também enviados. Vamos nos perguntar, que tarefa posso assumir na minha comunidade? O perdão é atitude essencial, selo de quem acolhe o Espírito Santo e dimensão essencial para que se restabelecem laços de paz, cooperação e amizade. Que o Espírito guie sempre os passos de todos nós que queremos ser seguidores e seguidoras de Cristo e morada do seu Espírito.
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