O nosso planeta corre o risco de uma série de perigosos pontos de não-retorno, de acordo com um novo relatório científico, publicado esta quarta-feira. Quer isto dizer, o tipo de mudanças que podem acontecer, em apenas alguns anos, e ter um enorme impacto na humanidade.
Tim Lenton, autor do relatório e Professor de Alterações Climáticas na Universidade de Exeter dizia, à Euronews que “já estamos em risco de atingir cinco pontos de não-retorno prejudiciais para o sistema”.
A perda de dois grandes mantos de gelo, uma perturbação da circulação no Atlântico Norte, que afeta o clima na Europa, onde nos encontramos, bem como a perda de grandes áreas de pergelissolo, que contribuem para o aquecimento global e desencadeiam a extinção de recifes de coral de que dependem 500 milhões de pessoas, em termos de subsistência.
Tim Lenton
Professor na Universidade de Exeter
Os pontos de não-retorno que podem ser atingidos não têm apenas implicações em locais como os recifes de coral ou as florestas tropicais. Para lá disso, o tipo de alterações no Atlântico, de que falava este perito, podem ter grandes impactos para os europeus.”
Tim Lenton dizia-se, e por ser “cidadão britânico e europeu“, particulamente preocupado “com um ponto de não-retorno no chamado giro subpolar do Atlântico Norte. A última vez que ele ocorreu, deu-nos uma pequena idade do gelo na Europa”.
Não estamos adaptados a uma mudança súbita para um clima muito mais sazonal que teria invernos muito mais frios e com mais neve, bem como verões mais quentes. Isso restringe a época de crescimento das principais culturas em alguns meses, bem como grandes perturbações no abastecimento de água.
Tim Lenton
Professor na Universidade de Exeter
A principal conclusão é que não é apenas cada grau de aquecimento global que conta, é cada 0,1 grau, quando se trata de pontos de não-retorno.
Esta é a mensagem que os cientistas esperam que seja transmitida aos delegados nesta COP28.
EURO NEWS