Planeta Terra está perto de atingir “pontos de não-retorno”, diz relatório

Um relatório publicado esta quarta-feira, o "Global Tipping Points" diz que o planeta está perto de atingir "pontos de não-retorno"

Unsplash/Ella Ivanescu As usinas de combustíveis fósseis são um dos maiores emissores de gases de efeito estufa que causam mudanças climáticas

O nosso planeta corre o risco de uma série de perigosos pontos de não-retorno, de acordo com um novo relatório científico, publicado esta quarta-feira. Quer isto dizer, o tipo de mudanças que podem acontecer, em apenas alguns anos, e ter um enorme impacto na humanidade.

Tim Lenton, autor do relatório e Professor de Alterações Climáticas na Universidade de Exeter dizia, à Euronews que “já estamos em risco de atingir cinco pontos de não-retorno prejudiciais para o sistema”. 

A perda de dois grandes mantos de gelo, uma perturbação da circulação no Atlântico Norte, que afeta o clima na Europa, onde nos encontramos, bem como a perda de grandes áreas de pergelissolo, que contribuem para o aquecimento global e desencadeiam a extinção de recifes de coral de que dependem 500 milhões de pessoas, em termos de subsistência.
 Tim Lenton 
Professor na Universidade de Exeter

Os pontos de não-retorno que podem ser atingidos não têm apenas implicações em locais como os recifes de coral ou as florestas tropicais. Para lá disso, o tipo de alterações no Atlântico, de que falava este perito, podem ter grandes impactos para os europeus.”

Tim Lenton dizia-se, e por ser “cidadão britânico e europeu“, particulamente preocupado “com um ponto de não-retorno no chamado giro subpolar do Atlântico Norte. A última vez que ele ocorreu, deu-nos uma pequena idade do gelo na Europa”. 

Não estamos adaptados a uma mudança súbita para um clima muito mais sazonal que teria invernos muito mais frios e com mais neve, bem como verões mais quentes. Isso restringe a época de crescimento das principais culturas em alguns meses, bem como grandes perturbações no abastecimento de água.
 Tim Lenton 
Professor na Universidade de Exeter

A principal conclusão é que não é apenas cada grau de aquecimento global que conta, é cada 0,1 grau, quando se trata de pontos de não-retorno.

Esta é a mensagem que os cientistas esperam que seja transmitida aos delegados nesta COP28.

EURO NEWS