foto: O FATO – Reunião de ontem, 27, na sala térrea da Prefeitura de Maringá
Mais uma reunião de emergência termina sem adoção de medidas concretas para combater a disparada de contágios de Covid na cidade que levou estruturas públicas e privadas à beira do colapso. Faltam leitos de UTIs nos 115 municípios da macrorregião noroeste e Maringá, cidade que normalmente acolhe pacientes de toda a região, também já não suporta mais. Pelo menos três hospitais privados já anunciaram que estão com suas lotações esgotadas, tanto nas alas dedicadas à COVID quanto na repartições que tratam de outras patologias. Falta também pessoal. A prefeitura não conseguiu contratar profissionais da área de saúde através dos editais que publicou.
A reunião desta manhã foi um copião das anteriores: De um lado o poder público explanando sobre os dados trágicos e do outro representantes do comércio em seus vários segmentos e outras entidades atentas a tudo aquilo que pode influenciar no prosseguimento da vida da cidade enquanto espaço comum.
O prefeito voltou a repetir que “o momento é grave”. “Só a construção do entendimento coletivo em torno do apoio a medidas restritivas expressa no pacto pela vida, dá a certeza que a sociedade está unida e caminhando na mesma direção”.
Interpretando o que Ulisses disse: Vamos ter que encontrar um acordo sobre o que pode continuar aberto e o que não pode, mas dessa vez não tomaremos essa decisão sozinhos.
foto: Aldemir de Moraes – Reunião deste sábado, 28 no Auditório Hélio Moreira
A escolha de Ulisses, ainda que ele venha a negar nossa interpretação parece clara, e vai ao encontro de demandas de várias autoridades como o vereador e presidente da Câmara Municipal Mário Hossokawa, que em 7 de abril de 2020, portanto no 17 dia da pandemia, reclamara da falta da presença de um Gabinete de Crise da Pandemia. As criticas de Hossokawa surgiram como eco dos pensamentos de outras entidades, ACIM, CODEM in primis, que junto com vários grupos e setores da sociedade lamentaram não terem participado das decisões. A prefeitura sempre sustentou a existência de um gabinete de crise, e se eles dizem, então é porque existia mesmo, só que agora é muito mais evidente, com a realização de várias reuniões, onde apesar de todos os presentes estarem usando máscaras, o que se viu de verdade foram aglomerações tentando achar soluções para evitar a criação de aglomerações.
A intenção é boa, mas basta olhar para a enorme lista de participantes para entender que, o momento é grave, mas os encontros presenciais são necessários para dividir a responsabilidade sobre as decisões que serão tomadas até segunda-feira.