Algumas regiões do estado mudaram o perfil de sua atividade agropecuária ao longo dos anos. Paranacity, município de 11 mil habitantes no extremo noroeste, está entre eles. Há décadas, a cana tem forte importância econômica ali, mas foi para atender produtores de algodão e café que a Cocamar instalou uma estrutura de recebimento no começo dos anos 1980.
Com o passar do tempo, essas duas culturas perderam espaço para as pastagens e, em contrapartida, o avanço da soja acabou sendo facilitado pela presença da cooperativa no município, que adequou sua unidade para receber grãos.
O solo arenoso e o clima quente não têm sido obstáculos para a expansão da soja, pois há mais de 20 anos a Cocamar vem incentivando o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), um modelo inovador e sustentável no qual a região de Paranacity apresenta aptidão.
Prova disso é a Fazenda Flor Roxa, da família Vellini, na vizinha Jardim Olinda, uma das primeiras da região noroeste a investir em integração, há duas décadas.
Em 484 hectares, suas médias de produtividade de soja e pecuária de corte não ficam muito atrás do que há de melhor no estado, o que faz da propriedade uma vitrine em boas práticas e tecnologias.
“Estamos no caminho certo, participando de uma grande transformação da economia regional”, afirma o gerente da unidade da Cocamar em Paranacity, Lucas de Marchi. A estrutura da cooperativa – ampliada com a instalação de uma outra em Paranapoema, nas imediações, é estratégica para alavancar essa expansão.
Segundo Lucas, só na recente safra 2019/20 houve um aumento de 30% de recebimento de grãos, em comparação ao ciclo anterior. Foram 45 mil toneladas. O fornecimento de insumos, por sua vez, cresceu 50%, para R$ 30 milhões.
São números que devem continuar em expansão nos próximos anos, a considerar pelo grande potencial regional. Afinada a essa realidade, a Cocamar inaugurou no começo de 2020 uma moderna loja de atendimento em Paranacity, que conta com 199 cooperados e 305 produtores clientes (cooperantes).
O gerente explica que a cooperativa tem fomentado o cultivo de soja de forma sustentável, procurando despertar o interesse dos produtores e oferecendo-lhes orientação técnica. “Os produtores estão vendo que a soja é um bom negócio, uma cultura estável, que tem liquidez e oferece boa remuneração. Com as tecnologias disponíveis é possível obter boas produtividades mesmo em solo arenoso”, completa.
ASC/COCAMAR