Putin concorda com a proposta de cessar-fogo dos EUA mas coloca condições

O presidente russo questionou especificamente o que aconteceria à região russa de Kursk e às exigências do Kremlin, que Moscovo refere como as "causas profundas" da sua invasão total da Ucrânia.

O presidente russo Vladimir Putin

Vladimir Putin disse na quinta-feira que era a favor de uma proposta de cessar-fogo de 30 dias, mas sublinhou que existem “nuances” em relação ao que concordaria.

Num discurso proferido durante uma conferência de imprensa na capital russa, o presidente russo afirmou que, aos olhos de Moscovo, a proposta deve conduzir a uma “paz duradoura” e deve abordar aquilo a que o Kremlin chama as “causas profundas”.

O presidente russo afirmou que, aos olhos de Moscovo, a proposta deve conduzir a uma “paz duradoura” e deve abordar o que o Kremlin chama de “causas profundas”, ou seja, os pretextos utilizados por Putin para invadir a Ucrânia no início de 2022, que incluem a “desmilitarização” da Ucrânia e o compromisso com o estatuto de neutralidade.

O líder russo afirmou ainda que um acordo aceitável exigiria que a Ucrânia deixasse de mobilizar tropas e de as treinar.

Além disso, um dos requisitos apontados é que Kiev não receba apoio militar durante o cessar-fogo.

“Durante estes 30 dias, a mobilização vai continuar na Ucrânia? Serão fornecidas armas à Ucrânia? Serão necessários estes 30 dias para que as novas unidades mobilizadas sejam treinadas? Ou será que nada disso vai acontecer?” Putin enumerou o que parecem ser as restantes perguntas sem resposta.

Um dos aspetos mais importantes que mencionou foi a situação na região russa de Kursk. Kiev iniciou a sua incursão transfronteiriça em agosto de 2024 e, nos últimos dias, as forças russas terão retomado uma parte significativa do território, incluindo a cidade de Sudzha.

“Se cessarmos as hostilidades durante 30 dias, o que é que isso significa? Que todos os que lá estão se vão embora sem dar luta? É suposto deixá-los sair de lá depois de terem cometido muitos crimes?”, continuou Putin com as perguntas, referindo-se às forças ucranianas.

O presidente russo não mencionou a ocupação por Moscou  dos territórios ucranianos nem as atrocidades cometidas durante a invasão em grande escala, que já vai no seu quarto ano. euro news