fotos – Rogério Recco
As primeiras colheitas de soja em São Jorge do Ivaí e Floraí, municípios que são tradicionais produtores de grãos da região de Maringá, confirmam os efeitos de um ciclo que foi marcado por estiagens e altas temperaturas, entre outros problemas.
Situação – Passando pelas duas cidades na quinta-feira (10/2), o Rally Cocamar de Produtividade observou a situação das lavouras e conversou com produtores e técnicos.
Difícil avaliar – Em São Jorge do Ivaí, de solo argiloso e onde a média histórica de produtividade é de 140 sacas por alqueire (57,8/hectare), a estimativa da unidade local da Cocamar não deve passar de 51 sacas/alqueire (21/hectare). “É difícil, ainda, fazer uma avaliação, pois a colheita está só começando”, afirmou o engenheiro agrônomo Juliano Fadoni. Onde as máquinas já estão em atividade, a média é ainda mais baixa, entre 20 e 30 sacas por alqueire (8,2 a 12,3/hectare).
Granizo – A exemplo do que aconteceu durante o inverno, com a safra de milho, várias têm sido as adversidades neste período de verão. Além do severo déficit hídrico, com calor intenso, houve chuvas de granizo na fase inicial da lavoura que, no município, ocasionaram a ressemeadura em 60% das áreas.
Calor – Conforme relatou Fadoni, no mês de dezembro não ocorreram precipitações e, em janeiro, elas foram registradas só no dia 28. Para complicar ainda mais, de 23 a 26 de janeiro as temperaturas ficaram acima de 40ºC, o que prejudicou ainda mais as plantas. “Este é um ano para ser esquecido”, disse o produtor Moacir Fala, ressaltando que as lavouras, de um modo geral, “estão ruins”.
Colhendo – Na vizinha Floraí, o produtor Paulo Cezar Falavigna, cuja família já conquistou vários prêmios de produtividade, projeta uma média entre 50 e 60 sacas por alqueire (20,6 a 24,8/hectare), bem abaixo das 146 sacas/alqueire (60,3/hectare) do ciclo anterior. As colheitadeiras iniciaram a operação no dia 10/2, coincidindo com a visita do Rally. “Ninguém poderia imaginar que passaríamos por isso”, comentou Falavigna, lembrando que no mês de outubro, época de plantio, as chuvas totalizaram 490 milímetros, um recorde.
Baixas – As primeiras colheitas em Floraí sinalizam para médias muito baixas. “Pode ser que os números finais nem cheguem a 45 sacas por alqueire [19/hectare]”, frisou a gerente da unidade local da Cocamar, Christiane Longo. “As máquinas trabalham, mas está demorando para encher um caminhão”, acrescentou, mencionando que as médias no município – de solo misto – variam entre 130 e 140 sacas por alqueire (53,7 a 57,8/hectare).
Atraso – “Além da pouca produtividade deste ano, a qualidade dos grãos é ruim”, disse a gerente, lembrando que a colheita está atrasada e deve engrenar só entre os dias 15 e 20. Por causa da chuva de granizo, em outubro, houve necessidade de refazer a semeadura em 40% das lavouras do município.
Números – De acordo com a área técnica da Cocamar, considerando todas as regiões atendidas pela cooperativa (Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul), a colheita ainda não chegou a 10% e a média de produtividade até agora é de 714 quilos por hectare (11,9 sacas), o correspondente a 28,8 sacas por alqueire. O número é muito inferior à expectativa inicial de 3.200 quilos por hectare.
Sobre o Rally
O Rally Cocamar de Produtividade, em sua sétima edição consecutiva, conta com o patrocínio das seguintes empresas: Basf, Fairfax do Brasil – Seguros Corporativos, Fertilizantes Viridian, Zacarias Chevrolet e Sicredi União PR/SP (principais), Cocamar Máquinas, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar (institucionais), com apoio da Aprosoja/PR, Cesb e Unicampo.
ASC/Rogério Recco