Rebeca conquista ouro com salto perto da perfeição

Campeã olímpica e mundial no salto, brasileira chamou a atenção do mundo da ginástica com apresentação impecável na final do aparelho no Chile. Brasil soma 45 medalhas, com dez ouros

Rebeca Andrade com o ouro conquistado no salto no Pan do Chile - Foto - Ricardo Bufolin - CBG

As timelines de vários perfis conectados à ginástica artística nesta terça eram sintoma: algo excepcional, muito além da normalidade, havia ocorrido nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Rebeca Andrade, mais uma vez, era a razão do burburinho. Campeã olímpica e mundial no salto, a brasileira não apenas conquistou o ouro na capital chilena.

Em uma execução do famoso “Cheng” que beirou a perfeição, a atleta recebeu 9,733, uma das maiores notas de sua carreira e da história da ginástica. Muito próximo de um dez, que ainda não foi registrado na era moderna da modalidade. No total, a nota chegou a 15,333.

O Cheng é uma homenagem a um movimento de alta dificuldade batizado pela chinesa Cheng Fei, campeã olímpica nos Jogos de Pequim, em 2008. Nele, a ginasta faz um rodante com meia volta antes de chegar à mesa, e depois executa um mortal para frente com uma pirueta e meia. Melhor que descrever por escrito, óbvio, é assistir e admirar. Clique aqui para conferir.

Para garantir o ouro, Rebeca fez um segundo salto um pouquinho mais conservador (para o nível dela), mas tão competente quanto, e somou 14.633, média de 14.983. A prata ficou com Jordan Chiles (14.150), dos Estados Unidos, e o bronze com Natalia Escalera (13.333), do México.

 

“Toda medalha é especial. Estar aqui, conseguir um ouro, não tem palavras. Eu fiquei orgulhosa, porque fico quando dou um salto. Foi um ouro merecido, sabe? Foi perfeito. Sempre pode melhorar, mas foi”, brincou Rebeca na saída da zona mista.

ASSIMÉTRICAS – Depois do ouro no salto, Rebeca voltou ao pódio para ganhar a prata na prova das paralelas assimétricas. Com 14.333 pontos, ela ficou atrás apenas da americana Zoe Miller, com 14.666. Rebeca teve a companhia no pódio de Flávia Saraiva. A brasileira também fez boa apresentação no aparelho que não é sua especialidade, obteve 13.733 de nota e garantiu a medalha de bronze.

MASCULINO – Arthur Nory foi outro destaque da campanha nacional. No solo, ele fez ótima apresentação e somou 13.933 de nota, suficiente para conquistar a medalha de prata, atrás apenas do canadense Felix Dolci, que ficou com 14.233.

AGENDA – Nesta quarta-feira serão disputadas as últimas provas da ginástica em Santiago, com Brasil em todas as finais. No masculino, Arthur Nory e Yuri Guimarães disputam o salto. Bernardo Miranda e Diogo Soares fazem a final das barras paralelas, e Nory e Bernardo também estão na decisão da barra fixa.  Entre as mulheres, Flávia Saraiva e Rebeca disputam a final da trave. Flavinha também está na prova do solo, ao lado de Júlia Soares.

PANORAMA – No geral do dia brasileiro, com mais três ouros na conta, o Brasil chegou a 10 títulos nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 e está em quarto lugar no quadro geral. O país fechou a terça com 45 pódios no total. Além dos 10 ouros, são 16 pratas e 19 bronzes.

TAEKWONDO DE OURO

Equipe de taekwondo masculina celebra o ouro no Pan. Foto: Gaspar Nóbrega / COB

O taekwondo se despediu do Pan e o Brasil guardou o melhor justamente para o final. Na última prova da modalidade em Santiago, a disputa por equipes no masculino, os brasileiros venceram os chilenos e garantiram uma despedida de ouro. Edival Marques, Maicon Andrade e Paulo Ricardo Melo, todos bolsistas na categoria Pódio, bateram os donos da casa por 48 a 16 e ficaram com a medalha inédita, na primeira vez que a prova foi disputada em Pans.

Antes, a equipe feminina do Brasil já tinha levado o bronze. Sandy Macedo, Carol Santos e Maria Clara Pacheco caíra na semifinal para o México, mas se garantiram no pódio, com um bronze inédito.