Reflexão sobre a Festa da Assunção de Nossa Senhora. Por padre Leomar Antônio Montagna

Reflexão sobre a Festa da Assunção de Nossa Senhora. Por padre Leomar Antônio Montagna

Maria é a Igreja, história que começa no interior da fé (Mater Redemptoris). No Evangelho de João (19, 25-27), vimos que Jesus nos entrega sua mãe para ser a nossa mãe, a mãe da Igreja, portanto, auxílio dos cristãos.

Maria é a ‘Imaculada Conceição’: a Redenção também alcançou Maria que recebeu as graças em previsão dos méritos de Cristo. Deus deu a ela um corpo, por meio de seus pais, Joaquim e Ana, que viviam em profunda comunhão com Deus, num ambiente de graça e muito amor.

Na Festa da Natividade, Maria se torna um ‘Templo’ no qual o divino se manifesta. É o próprio Deus que desce para receber a natureza humana.

Na Anunciação, sabemos que o Arcanjo a saudou como “Cheia de Graça” e, na visita a sua prima Isabel, esta, cheia do Espírito Santo, proclama-a “Mãe do meu Senhor”, portanto, Nossa Senhora. O ventre de Maria se torna a casa para receber o ‘Rei da Glória’, encarnação, grande acontecimento. Em Maria, está o Projeto de uma humanidade melhor. No Antigo Testamento, à semelhança de Ester (Ester 5,1-2; 7,2-3), podemos saber o que Maria pede a Deus: “Concede-me a vida – a vida de meu povo”. E o que Maria nos pede: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Itinerário de Maria: Maria é a primeira entre os humildes e os pobres do Senhor que, confiadamente, esperam e recebem d’Ele a salvação. Maria é sinal de salvação-Reino: “Todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada” (Lc 1,48). Ela faz nascer a conscientizaçã. Acreditou e obedeceu. Esperando, contra toda esperança, acreditou, “porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1, 45).

Reconhecimento da grandeza de Maria: “Ditoso o ventre que te trouxe e os seios a que foste amamentado!” (Lc 11,27). “Ditosos antes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática!” (Lc 11,28). “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática!” (Lc 8,20-21). Maria identifica-se com o povo e se questiona: “Como é que vai ser isso? O Espírito Santo virá sobre ti!” Ela acreditou, concebeu, por obra e graça do Espírito Santo e a “Palavra de Deus se fez carne”. Muitas vezes, as pessoas dizem: “Quem somos nós? Como é que podemos ser Igreja de Cristo se não temos recursos, se sabemos pouco, se somos fracos?”

Sofrimentos e desafios de Maria: Herodes manda matar os inocentes, Maria foge do dragão (Mt 2,13-18 e Ap 11, 19ss). Ela fica angustiada quando perde Jesus (Lc 2, 41-51). Vence o dragão: Deus se coloca do lado da vida. Deixa Herodes (Mt 2,12) e, advertida por Deus, ela não voltou mais, segue por outro caminho, indicado por Deus e pela sua consciência. Na história, vemos pessoas que, advertidas por Deus, também mudam e se convertem em favor da vida, embora frente a muitos desafios.

Na história, Maria sempre foi ‘Auxílio dos Cristãos’. Ela visita seus filhos. No A.T. Deus enviava anjos. Maria sempre nos visita, nos livra dos perigos, nos aconselha, não fica em paz quando um de seus filhos está em perigo. Exemplos de ajuda coletiva: Guadalupe, Aparecida etc. E, também, poderíamos citar muitas ajudas individuais.

 

Devoção a Maria: Ser Filho

“Aquele que me encontrar, encontrará a vida” (Prov 8,35). “Aquele que honra sua mãe, acumula tesouros” (Ecl 3,5).

1 – Doação, consagrar-se. Faço dom de mim a Maria?

2 – Como Jesus: Filho pela natureza, e nós, pela graça. A pessoa que não ama Maria é órfã.

3 – Amor filial: ter comportamento de filho que ama. “Quem ama evita o pecado” (Jo 20,10).

 

Testamento de Maria

1º “Eis aqui a escrava” (obediência);

2º Visita Isabel: “Minha alma glorifica o Senhor…” (não a si);

3º Perde Jesus quando Ele tinha doze anos (fica preocupada). E nós, podemos ficar sem Jesus? (Lc 2, 41-51);

4º Nas bodas, diz: “Fazei tudo o que ele vos disser”;

5º Na cruz: faz silêncio.

 

Defender a Mãe

– Honra dos filhos é defender a mãe. Maria é mãe de Deus.

– Os santos foram os grandes devotos de Maria e os que mais se assemelharam a Jesus.

– Onde está o filho, está a mãe. Perto do sacrário, está Maria, pois ali é o paraíso, e Maria está no paraíso.

– Adorar a Deus com a mãe ao meu lado é mais seguro.

 

Assunta ao céu – Nossa Senhora da Glória: A consciência do cristão de que Maria foi Assunta ao céu é sinal de esperança na Ressurreição. “Disse a Maria: este será sinal de queda e contradição, mas também para soerguimento de muitos, e a ti uma espada de dor transpassará tua alma”. Contudo, Maria sempre acreditou, executou a missão, alegrou-se, levou Jesus aos outros; na dor, viveu profundamente o Evangelho, ajudou, ensinou, não teve medo e vivia em oração e comunhão com Deus.

 

Nossa Senhora Sede de Sabedoria, Nossa Mãe e Mãe de Jesus, Rogai por nós!

 

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 

Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR

 

 

 

 

Vejam, abaixo, texto interessante de nossos irmãos Luteranos sobre Maria

 

Luteranos divulgam texto sobre Maria

 

Um grupo de teólogos luteranos da Alemanha publicou um texto intitulado Manifesto de Dresden, na revista “Spiritus Domini”, em que questionam a atitude dos ‘cristãos evangélicos’ que ignoram os milagres que acontecem em locais marianos, como Lourdes e Fátima, e, por isso, acabam ignorando a própria Virgem Maria.

 

O documento pergunta: “Por que um cristão evangélico pode ter o direito de ignorar tais realidades, pelo fato de se apresentarem na Igreja Católica e não na sua comunidade religiosa?

 

Tais fatos não deveriam, ao contrário, levar-nos a restaurar a figura da Mãe de Deus na Igreja Evangélica?”.

 

O Texto luterano afirma que as curas em santuários marianos devem receber credibilidade, pois “sabemos, ou deveríamos saber, que as curas de Lourdes e Fátima são examinadas com elevado rigor científico por médicos católicos e não católicos”.

O manifesto afirma que “seria o cúmulo da tolice ignorarmos a voz de Deus, que fala ao mundo pela mediação de Maria, e dar-lhes as costas unicamente porque Ele faz ouvir sua voz através da Igreja Católica”.

 

Segundo o manifesto, umas das causas do esquecimento de Maria pelas outras religiões foi a Guerra dos 30 anos (século XVII, entre luteranos e católicos), e na época dos livres pensadores da metade do século XVIII que, “sufocando no coração dos evangélicos o culto da Virgem, destruíram os sentimentos mais delicados da piedade cristã”.

 

O Manifesto de Dresden lembra que “Lutero honrou Maria até o fim de sua vida; santificava suas festas e cantava diariamente o Magnificat”.

 

Mas como causa principal do esquecimento, e até mesmo de certo repudio a Maria, o manifesto afirma que “o temor de diminuir a glória de Jesus foi a causa de que as Igrejas Evangélicas negassem à Maria a veneração e os louvores devidos”.

 

O texto conclui o tema dizendo que, ao combater esse ‘temor’, argumentando que: “Através da justa veneração que aos apóstolos e a ela corresponde, multiplica-se a glória e o louvor ao Senhor, porque foi Ele que a elegeu (e a fez) pela Sua Graça, um instrumento seu. Jesus espera que veneremos Maria e a amemos” (Folha de São Paulo, da Redação, 27 julho 2007).

 

Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR