Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa. Liberato foi um nobre que se tornou frade.
Renúncia e Vida Religiosa
Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.
Contemplação à Obra de Deus
Em “Florzinhas de São Francisco”, encontramos o seguinte relato sobre ele:
“No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicaram-lhe grande consideração.”
Páscoa
Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava, em oração, preparando-se para a morte.
Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.
Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: “Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida”. Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.
Via de Santificação
No século XV, o culto a Liberato de Loro era tão vigoroso que, nas terras dos Brunfortes, recebeu autorização para ser chamado São Liberato. Até o novo convento, construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente é o Santuário de São Liberato.
Somente no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de São Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.
Minha oração
“Ao deixar toda a sua nobreza para tornar-se frade, ensinou-nos o desapego das honras e riquezas. Intercedei por nós, para que saibamos usar os bens sem nos apegarmos a eles. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.”
São Liberato de Loro, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 06 de setembro
Comemoração de São Zacarias, profeta, que vaticinou o regresso do povo no exílio à terra prometida e anunciou a vinda de um rei pacífico.
Comemoração de Santo Onesíforo, que muitas vezes reconfortou São Paulo em Éfeso.
Comemoração dos santos mártires Donaciano, Presídio, Mansueto, Germano e Fúsculo, bispos na África Setentrional. Com eles se comemora também Leto, bispo de Nepta, na Bizacena, atualmente na Tunísia. († s. V)
Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, Santo Eleutério, abade, que é louvado pelo papa São Gregório Magno pela sua exímia simplicidade e compunção de espírito. († s. VI)
Em Laon, na Gália, atualmente na França, São Canoaldo, bispo, discípulo de São Columbano, que foi o seu único auxiliar no ermo de Bregenz. († c. 632)
No litoral de Cumberland, região da Inglaterra, numa cidade depois chamada com o seu nome, Santa Bega, monja. († c. 660)
No mosteiro de Füssen, cidade da Baviera, na Alemanha, São Magno, abade. († s. VIII)
No mosteiro cisterciense de Le Bouchet, próximo de Orange, na Provença, região da França, a comemoração do Beato Beltrandode Garrigues, presbítero.(† c. 1230)
Em Gata de Gorgos, localidade da província de Alicante, na Espanha, o Beato DiogoLlorcaLlópis, presbítero e mártir. († 1936)
Em Carcaixent, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato PascoalTorresLloret, mártir, pai de família. († 1936)
Em Gijón, também na Espanha, o Beato Vídal Ruiz Vallejo, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
Em Varsóvia, na Polônia, o Beato MiguelCzartoryski, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1944)