No sudoeste de França, em vários locais parece que estamos em pleno verão. Multiplicam-se reservatórios vazios, que testemunham a falta de chuva. A meio do inverno, não se registra precipitação há cerca de um mês. Uma situação sem precedentes, diz o instituto meteorológico francês.
Em Itália, o rio Pó e o lago de Garda, junto a Verona, apresentam também níveis típicos de meses bem mais tardios no ano. Ou seja, falta água nos solos, o que coloca em risco as plantações de forma precoce. Os alertas estendem-se pelo sul da Europa até à Turquia.
“Aquilo que é, de fato, atípico, é a reincidência. Há um ano, assistimos a secas severas e extremas. Em 2018, também. Esse padrão de repetição é realmente sem precedentes”, explica Andrea Toreti, do Observatório Europeu da Seca.
As próximas semanas são, por isso, cruciais. No norte de Itália, estão bem presentes as consequências devastadoras que o último verão teve sobre a produção de arroz. Há medidas em curso para tentar reverter a situação.
“Na indústria do arroz, estão a testar programas inovadores de gestão para usar a água de uma forma completamente diferente e evitar os picos de utilização quando outros setores mais necessitam de abastecimento. É realmente crucial adaptarmo-nos”, considera Toreti.
Os episódios de cheias que vão ocorrendo podem ser, por isso, enganadores. Há comprovadamente menos água nos aquíferos e a Europa necessita de soluções a longo prazo. EURO NEWS