foto: Agência Brasil
Com 52,49% dos votos, as eleitoras maringaenses poderiam eleger quantos vereadores quisessem e de quebra, ainda poderiam fazer a diferença na eleição para prefeito, ou porque não, até mesmo eleger uma prefeita.
Tal raciocínio esbarra em uma série de fatores que vão desde as várias linhas de pensamento que as dividem, até a pouca representativadade que possuem dentro dos partidos. Até a última eleição, a chance de eleger alguém sempre terminou sendo diluída à favor dos homens que historicamente comandam os partidos na cidade, mas esse realidade pode estar com os dias contados.
As mais de 146 mil eleitoras de Maringá que nunca tiveram um comando que as reunissem em torno à idéia, agora podem contar com um movimento que congrega mulheres de várias representações partidárias.
O movimento “Mais Mulheres no Poder” não é um partido, e aparentemente, isso ajuda a reduzir as diferenças ideológicas entre as participantes.
Lançado oficialmente no final de junho de 2019, o movimento das eleitoras e pré-candidatas maringaenses não teve muito tempo útil para realizar o corpo a corpo.
Assim como acontece com todos os movimentos políticos e partidários, o Mais Mulheres na Política teve que se ajustar à nova realidade imposta pela pandemia.
Prejudicado pela impossibilidade de realizar encontros presenciais, o movimento se articulou para não sumir e entrou na onda das transmissões ao vivo online. As “lives”, através de redes sociais, foram a saída encontrada para dar vida a discussões de temas relevantes para o movimento, que atualmente já conta com 60 pré-candidatas de 17 legendas partidárias.
Os organizadores tem como objetivo eleger uma bancada feminina e aumentar a partipação das mulheres nos cargos de primeiro e segundo escalões no Executivo.
Durante os primeiros 3 anos e 7 meses do atual mandato, a Câmara Municipal de Maringá contou com a presença de uma mulher como vereadora por apenas três meses, ainda assim, porque um dos vereadores se afastou para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado; não tendo conseguido, o edil em questão voltou a ocupar a cadeira de vereador e a única representação feminina no Legislativo saiu pelo ralo.
O movimento é visto com simpatia pelos homens que ocupam uma vaga de no legislativo e também por todos os homens que fazem parte da política maringaense, mas é óbvio que essa tentativa de organização por um objetivo e ambição comum, representa para todos eles uma barreira a mais a partir do momento em que a disputa pelo voto entrar no “ao vivo” que vale de verdade.
A realidade maringaense não é muito diferente da realidade brasileira. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – informam que as mulheres são maioria entre o eleitorado do país. Juntas, formam um pacotão de 147.918.483 eleitoras aptas a votar nas Eleições 2020. A verdade é que se todas resolvessem escolher votar dando preferência à representação feminina, os homens ficariam diante de uma realidade nunca antes vista no país.
A lei eleitoral não prevê cota na distribuição de cargos eletivos, mas obriga os partidos a inscreverem em suas chapas pelo menos 30% de candidatos de um gênero e no máximo 70% do outro. Adivinhem quem vai ficar com os 70% ?
Se a união através do diálogo em prol de preferências pelo voto feminino vai encontrar coesão após a realização das convenções partidárias que acontecem entre o dia 31 de agosto e 16 de setembro, ainda é uma incógnita, mas o FATO, é que elas estão aí, sempre estiveram, agora mais organizadas e conscientes e merecem ocupar espaço nas decisões que governam as cidades.
As mulheres e homens de Maringá que se interessam em acolher e sustentar a idéia, podem procurar pelo movimento no Facebook. É só clicar no link para seguir as iniciativas de debates organizadas pelo grupo: facebook.com/