Um terremoto de 7,4 de magnitude na escala de Richter fez pelo menos sete mortos e mais de 700 feridos em Taiwan, avançam as autoridades locais, no mais recente balanço do número de vítimas. Mais de 70 pessoas estarão ainda presas nos escombros.
Foi o maior terremoto dos últimos 25 anos em Taiwan e fez colapsar edifícios, provocou falhas de energia e deslizamentos de terras na ilha com 23 milhões de habitantes.
Inicialmente, Japão e Filipinas ativaram um alerta para tsunami, que foi entretanto levantado por não de verificar ameaça.
O Serviço Geológico dos EUA (USGS) colocou a magnitude do terremoto nos 7,4, ainda que a agência homóloga do Japão tenha fixado o tremor de terra nos 7,7 na escala de Richter. O epicentro registou-se perto da cidade turística de Hualien, na costa leste de Taiwan, danificando edifícios e encurralando os residentes dentro dos prédios. Várias réplicas impediram que as equipes de resgate e salvamento começassem de imediato os trabalhos para retirar sobreviventes dos escombros. Trabalhadores dos serviços de emergência estão à procura de sobreviventes nos edifícios mais afetados – alguns ficaram mesmo tombados num ângulo de 45 graus.
Segundo a agência de monitorização de sismos de Taiwan, que fixou o abalo em 7,2 na escala de Richter, o epicentro registou-se a cerca de 18 quilômetros de Hualien e com uma profundidade de 35 quilômetros.
O terremoto foi registado pelas 8:00, hora local – uma da manhã em Lisboa – e apanhou muitos em hora de ponta, a meio das deslocações para o trabalho.
Na capital, Taipei, várias pessoas tiveram de ser retiradas de um edifício que se desmoronou e alguns prédios mais antigos sofreram danos menos graves. As escolas retiraram os alunos para os campos desportivos e os transportes ferroviários foram suspensos, bem como o serviço de metro na capital. Várias empresas também não estão a funcionar.
Abalo sentido na China
Segundo a AP, o pânico inicial rapidamente se desvaneceu, já que Taiwan sofre frequentemente tremores de terra, por se encontrar no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, zona de intensa atividade sísmica. Ainda assim, a violência do sismo foi suficiente para assustar alguns locais. “Os tremores de terra são um acontecimento comum, cresci com eles”, disse à AP Hsien-hsuen Keng, residente em Taiwan. “Mas hoje, pela primeira vez, assustei-me e chorei com um sismo. Fui acordada pelo tremor de terra, nunca antes tinha sentido um sacudir tão intenso”, realçou.
A cidade de Hualien já tinha sido sacudida por um forte terremoto em 2018, que fez colapsar um hotel histórico e outros edifícios. Mas o pior tremor de terra na história recente de Taiwan tinha sido há 25 anos, em setembro de 1999: o abalo registou uma magnitude de 7,7 na escala de Richter, fez 2.400 mortos e mais de 100 mil feridos, destruindo milhares de edifícios.
O tremor de terra desta quarta-feira foi ainda sentido em Xangai e várias províncias ao longo da costa sudeste da China, segundo a imprensa de Pequim – Taiwan e China continental ficam a cerca de 160 quilómetros de distância. Mas a China não emitiu qualquer alerta de tsunami para o continente. Nas Filipinas, os residentes da costa norte foram aconselhados a deslocarem-se para as terras altas, mas nenhum tsunami foi reportado nas três horas seguintes ao sismo. No Japão, não há relato de vítimas ou danos. O Centro para alertas de tsunami do Pacífico também não registou qualquer ameaça de tsunami para o Havai. euro news