O presidente do Sinttromar, Ronaldo José da Silva, se defendeu das acusações feitas pela empresa de transporte público TCCC, hoje, 16, nono dia de paralisação do transposte publico em Maringá. Em entrevista a O FATO, ele acusa a empresa de praticar Locaute*.
O sindicalista diz que o movimento de paralisação nasceu em modo espontâneo porque as empresas não haviam honrado com o pagamento integral dos salários de janeiro. Para Ronaldo José da Silva, o fato que a empresa tenha dito que não tinha dinheiro para pagar os salários e no dia seguinte tenha pago o resíduo, “demonstra que a concessionária está praticando locaute”.
As ações de bloqueio da saída dos ônibus nas proximidades das garagens (na manhã desta terça, 16,) não são obra do sindicato. Segundo o presidente, os bloqueios são feitos por pessoas filiadas ao sindicato, mas que não são licenciados para atuar como delegados, e que portanto continuam na ativa em uma das empresas, logo, atuam sem vínculo com a entidade. Silva, explica que as pessoas que bloquearam a saída dos ônibus são simples trabalhadores que procuram manter a paralisação viva.
“O movimento vai afunilando com o passar do tempo e os trabalhadores em greve tentam manter a união, mas aos poucos muitos desistem. Nós não temos responsabilidade sobre o que está acontecendo. Não estamos coordenando as ações dos trabalhadores que promovem a paralisação. Não criamos o movimento; a empresa está criando um bode expiatório que assuma a responsabilidade que é dela”, conclui o presidente. Veja a entrevista completa.
* LOCAUTE: É característico do locaute quando o empregador se recusa a oferecer espaço e recursos para que os funcionários exerçam suas funções. O objetivo é a desestabilização do trabalhador, pois este não será remunerado durante o período de locaute. Confira o que a lei diz sobre essa prática: “Lei 7.783/89
Sinttromar se defende das acusaçôes da TCCC: “Não estamos coordenando paralisação”, diz Ronaldo da Silva, presidente do sindicato
O 9º dia de paralisação do transporte coletivo urbano e interurbano de Maringá começou com 89 dos 171 ônibus circulando na cidade, número que corresponde a 52% da frota que circula em um dia normal. A informação foi divulgada pelo advogado Fabiano Moreira, do departamento jurídico das concessionárias de transporte público. De acordo com Moreira, na Cidade Verde, empresa que faz o transporte interurbano para Sarandi, Itambé e Paiçandu, a situação é mais grave; somente 23% da frota estaria circulando e apenas nove ônibus estariam circulando para Sarandi e oito para Paiçandu, enquanto Itambé continuaria desassistida.
DENÚNCIA CONTRA O SINDICATO
O advogado da empresa relata que na madrugada desta terça-feira, 16, membros do sindicato teriam obstaculado o retorno ao trabalho de vários motoristas. De acordo com o Dr. Fabiano Moreira, por volta das 5h30, pessoas que ainda não foram identificadas, mas que segundo ele, fazem parte do sindicato, estariam forçando a parada de ônibus nas imediações das garagens das avenidas Monteiro Lobato e Morangueira e obrigando os motoristas a retornarem às garagens.
TCCC acusa sindicato de obstacular retorno de motoristas ao trabalho. Sindicato se defende: “Não coordenamos paralisação”
De acordo com o advogado, a Polícia Militar foi chamada para impedir ação de obstrução, um boletim de ocorrência foi lavrado e só depois os ônibus começaram a circular normalmente, dentro das possibilidades e recursos de pessoal presentes naquele momento. A empresa forneceu como suposta prova, um vídeo gravado por um dos ônibus que foi parado nesta madrugada pelos grevistas.
Veja as imagens:
Nas imagens cedidas pela TCCC, alguns ônibus circulam nas imediações da garagem da empresa aos poucos forma uma fila. Na sequência se veem dois homens parados no meio da pista indicando aos motoristas de retornarem à garagem da empresa
Nas imagens cedidas pela TCCC, alguns ônibus circulam nas imediações da garagem da empresa aos poucos forma uma fila.
Na sequência se veem dois homens parados no meio da pista indicando aos motoristas de retornarem à garagem da empresa