O coordenador de Assistência Humanitária da ONU, Martin Griffiths, está sendo enviado, imediatamente, para o Sudão, a pedido do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Em nota, divulgada pelo porta-voz de Guterres, neste domingo, a ONU informou que a crise humanitária na nação africana está se deteriorando, rapidamente, e que por isso, Griffiths estava sendo despachado para a região.
Impacto a longo prazo
Após o fim de um cessar-fogo de 72 horas, que expirou à meia-noite de domingo, horário do Sudão, a capital do país, Cartum, foi alvo de bombardeios aéreos.
Desde 15 de abril, quando eclodiram os combates entre tropas do Exército do Sudão e paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF, mais de 500 pessoas foram mortas e pelo menos milhares ficaram feridas.
A ONU diz que está “profundamente preocupada” com o impacto a longo prazo sobre as pessoas no Sudão e na região.
Em nota, António Guterres voltou a apelar a todas as partes no conflito para proteger os civis e a infraestrutura do Sudão, permitindo a passagem segura das pessoas que querem fugir da violência, o respeito aos trabalhadores humanitários e a seus bens.
Operações de ajuda humanitária
O Escritório de Assistência Humanitária da ONU, Ocha, que é liderado por Griffiths, disse que a situação humanitária no Sudão está chegando a um ponto de ruptura.
Bens essenciais à sobrevivências das pessoas estão se tornando escassoz e as famílias começam a ficar sem acesso à água, alimentos e combustíveis, duas semanas após a violência eclodir.
A ONU também quer ainda a garantia de operações de ajuda humanitária, o apoio ao pessoal médico, de transporte e outros serviços.
Ainda nesse domingo, o Mecanismo Trilateral formado por ONU, União Africana e a Autoridade Intergovernamental sobre Desenvolvimento, Igad, pediram a ambos os generais que comandam as partes em conflito que estendam o cessar-fogo em mais 72 horas e retornem ao diálogo.
Numa reunião no Conselho de Segurança sobre o Sudão, na semana retrasada, o secretário-geral da ONU pediu o fim dos combates e o retorno à mesa de negociações.
As Nações Unidas também citaram relatos de violência sexual a mulheres e meninas e a fuga de dezenas de milhares de sudaneses para os países vizinhos incluindo o Chade. ONU NEWS