Taxa de juros do Banco Central só aumenta desigualdade no Brasil, diz Romanelli

Romanelli propôs às deputadas e aos deputados a apresentação de uma emenda coletiva à Lei Orçamentária Anual (LOA) que permita ao governo estadual destinar mais recursos públicos para incentivar a produção sustentável de alimentos.. Créditos: Valdir Amaral/Alep

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse nesta segunda-feira, 24, que a decisão do Banco Central (BC) em manter a taxa de juros (Selic) em 10,5% é um balde de água fria nas finanças das famílias brasileiras. Para ele, as taxas de juros praticadas pelo BC, além de ser a segunda maior do planeta, penaliza os consumidores e aumenta a desigualdade no País. “Com a inflação em 3,93%, por que pagar um juro tão alto?”, questionou.

Romanelli aponta que entre 2021 e 2022, o BC aumentou os juros 12 vezes enquanto a inflação caiu de 10% para menos de 4%. “Quem ganha com isso?”, cobrou o deputado. “O governo vai gastar quase R$ 750 bilhões com investidores, enquanto a população sofre. Essa taxa trava o crescimento econômico. Quando a economia aquece, o país cresce, gera empregos e renda. Ganha o povo!”, explica.

“A independência do BC deveria controlar a inflação, mas vemos conflitos de interesse. Precisamos de lideranças que garantam uma economia forte e uma verdadeira autonomia do BC, sem influências políticas”, defende Romanelli.

O fato concreto, diz Romanelli, é que a manutenção da atual taxa de juros alimenta as desigualdades. Cálculos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio indicam que cada um ponto percentual da taxa Selic custa R$ 38 bilhões ao país. Na prática, se como a taxa ficou cinco pontos porcentuais acima do aceitável, o custo da dívida aumenta R$ 190 bilhões.

Descontada a inflação, o Brasil é o país com o 2º maior juro real do mundo, fica atrás só da Rússia, com taxa de 8,91%. Os dados são da consultoria MoneYou. O México (6,52%), Turquia (4,65%) e Indonésia (4,13%) fecham a lista das cinco maiores taxas de juros do planeta.

ASC