Com a tempestade ocorrida na madrugada de sábado (23/4), em todo o Paraná, o departamento técnico da Cocamar Cooperativa Agroindustrial está fazendo uma avaliação geral em suas regiões para dimensionar os danos, que devem ser conhecidos nos próximos dias. Houve estragos em vários municípios produtores da região de Maringá, entre os quais Paiçandu, Floresta, Ivatuba, São Jorge do Ivaí e Atalaia. Com o vento forte, lavouras tombaram.
O produtor José Rogério Volpato, que reside em São Jorge do Ivaí e cultiva áreas com milho em Ourizona e vários outros municípios da região, disse ter percorrido alguns locais no fim de semana e observado que as lavouras mais novas, que chegaram a cair com a ventania, tendem a levantar, recuperando-se. “Felizmente não tivemos granizo, só vento mesmo, menos mau”, disse.
O gerente das unidades da Cocamar em Floresta e Ivatuba, Márcio Sartori, conta que o milho se encontra em fases diferentes, desde os que foram plantados mais tardiamente, aos que já estavam secando. “Tem de todo tipo, mas os mais antigos, que estavam com espigas e tombaram, não têm volta”, diz, afirmando que técnicos estão a campo avaliando a situação.
Na região de Londrina, os efeitos da tempestade foram menos intensos. Pablo Mologni, com áreas em Cambé e Tamarana, disse que suas lavouras não foram prejudicadas e, no geral, conversando com outros agricultores da vizinhança, não ouviu deles comentários sobre possíveis perdas.
A área cultivada nesta safra de outono/inverno, atingiu uma área maior que a prevista pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, em suas regiões nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Números – Para uma estimativa inicial de 600 mil hectares, os produtores semearam cerca de 660 mil, o que pode ser explicado, segundo a área técnica da cooperativa, pelo fato de muitos deles terem conseguido realizar a operação ainda dentro do período ideal. Por outro lado, como as cotações do cereal se encontram entre as mais atraentes dos últimos anos, a aposta maior nessa cultura é uma tentativa de compensar em parte as perdas ocorridas nos últimos meses, com as safras de inverno/2021 e a de verão 2021/22.
O gerente técnico Emerson Nunes explica que os produtores foram servidos de boas condições climáticas durante a semeadura, quando a expectativa inicial era de uma produtividade ao redor de 5 mil quilos por hectare.
Nunes informou que a maior parte das lavouras está em fase de desenvolvimento vegetativo, já na segunda ou terceira aplicação de fungicidas. Em algumas regiões, no entanto, a exemplo do que aconteceu nas últimas safras, a preocupação é com a cigarrinha, considerada uma das principais pragas da cultura. “A cigarrinha é de difícil controle e há produtores que já estão na sétima ou oitava aplicação de inseticida, sem resultados animadores”, disse. ASC