Tensão e violência em 40 cidades dos EUA. Adiada primeira audiência de Derek Chauvin

Tensão e violência em 40 cidades dos EUA. Adiada primeira audiência de Derek Chauvin 2

Mais de 1400 pessoas detidas em seis dias de protestos violentos em agora, pelo menos, 40 cidades dos EUA, “instigados” pelo assassinato de George Floyd, há uma semana, por um polícia. De Boston a São Francisco, centenas de pessoas ignoraram a ordem de recolher obrigatório. Em Washington DC a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.

 

Os protestos chegaram, uma vez mais, à porta da residência oficial do presidente dos EUA. Donald Trump que abriu guerra contra os Antifa, um movimento de esquerda antifascista e quer que este seja declarado como organização terrorista.

Um pouco por todo o país diz-se que sem justiça não haverá paz. Clama-se pelo fim da violência contra as minorias, também em Nova Iorque.

Mas no meio dos protestos há quem aproveite para semear o caos – lojas saqueadas e vandalizadas, etc. – dando argumentos à administração Trump para considerar “os instigadores de cinco noites de tumultos” como “terroristas”.

Trump, de quem alguns esperam um discurso à Nação mas para apaziguar as hostes, através das redes sociais exige o restabelecimento, imediato, da lei e da ordem e quer que seja pedida a intervenção da Guarda Nacional.

Foi em Mineápolis, no estado do Minnesota, que tudo começou. Foi também aqui que no domingo um camião se lançou, aparentemente de forma deliberada, contra a multidão mas sem fazer feridos.

Uma cidade em ebulição que levou o governador a pedir a intervenção da Guarda Nacional mesmo antes de Trump. Desde que George Floyd – desarmado, algemado – foi morto por um polícia que colocou o joelho sobre o seu pescoço e que não cedeu aos seus pedidos para parar porque não conseguia respirar, que Mineápolis não dorme. O agente será julgado por homicídio.

Adiada primeira audiência de Derek Chauvin

Foi adiada a primeira audiência em tribunal do polícia acusado da morte de George Floyd. Ao que tudo indica, Derek Chauvin será agora ouvido no dia 8 de junho.

São-lhe imputados dois crimes: homicídio involuntário e homicídio em terceiro grau. Nuns Estados Unidos em tumulto, muitos ativistas exigem a acusação de homicídio voluntário, que implica a noção das consequências do ato praticado.

O jornalista Ray Suarez explica que Chauvin “foi acusado de homicídio em terceiro grau, ou seja, não houve intenção de matar, mas sim indiferença pela vida humana, o que juridicamente traduz uma conduta alheada do bem-estar da pessoa retida, o que neste caso resultou na morte. É, de certa forma, menos grave do que a acusação de homicídio que expressa ter havido a intenção de matar. E as multidões nas ruas não estão nada contentes com isso”. Foi um vídeo gravado por uma jovem de 17 anos que mostrou ao mundo a lenta agonia de Floyd, ao longo de nove minutos, manietado com um joelho no pescoço por Chauvin. As imagens foram publicadas no Facebook, cujo fundador, Mark Zuckerberg, anunciou entretanto que vai dar 10 milhões de dólares a movimentos antirracismo. Isto numa altura em que enfrenta ele próprio críticas por permitir comentários considerados incendiários na rede social por parte do presidente americano.

Fonte: Euronews