Tentativa de golpe: “Que Ratinho vá além”

Por: Prof. Ricardo Dias Silva – Vice-Reitor da UEM de 2018 a 2022

foto: reprodução TV Brasil

Após reunião no Palácio do Planalto com as lideranças dos três poderes da nação e os governadores dos estados para tratar das ações terroristas proporcionadas pelos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, cabe ao governador do Paraná Ratinho Júnior, não só condenar os atos golpistas como fez através de Nota, mas agir para o cumprimento das decisões judiciais de imediato, desmantelando os acampamentos e piquetes bolsonaristas.

O único objetivo dos bolsonaristas radicais, como destacou o Presidente da República na referida reunião, era o golpe de estado. O simples repúdio é o óbvio, afinal qual gestor público em sã consciência diria que apoia os violentos ataques do histórico domingo no qual o patrimônio público e artístico nacional foi dilapidado sob os olhos inertes das forças de segurança?

O compromisso do governador do Paraná coloca-se maior em relação aos demais governadores, uma vez que em seu território como tem sido demonstrado nos primeiros números divulgados pelo Polícia Federal, está concentrada a origem da maior frota de veículos com golpistas direcionados à Brasília, depois de São Paulo e acima de Minas Gerais.

 

Prof. Ricardo Dias Silva – Vice-Reitor da UEM de 2018 a 2022

 

O governador deve assumir o compromisso público de identificar criminosos, rastrear ações, documentar e enviar as informações às autoridades competentes sobre os financiadores dos atos criminosos, caso contrário, ficará em dúvida seu posicionamento frente ao reconhecimento do resultado das urnas e do Estado Democrático de Direito.

 

 

 

Cabe lembrar a cordialidade com que estas concentrações de golpistas que propagam fake news, agridem juízes do Supremo Tribunal Federal e pedem um golpe de estado com apoio das forças armadas têm sido tratadas pelas autoridades paranaenses.

Apologistas de crimes e viúvas de uma ditadura sanguinária, cuja história tem sido varrida para debaixo do tapete. O mesmo tratamento gentil não é dado aos servidores públicos, como professores, quando reivindicam reposições salariais e melhores condições de trabalho na conformidade da lei ou às famílias pobres segregadas em assentamentos precários por não terem onde morar.

Em momento tão delicado vivido por nosso país, não existe espaço para encenação ou vacilos, é preciso ser contundente nas ações de enfrentamento ao terrorismo e aos ataques à democracia, independente de posições políticas e ideológicas.

É preciso defender os resultados das urnas e colaborar para que as principais metas estabelecidas pelo novo Presidente sejam cumpridas. A erradicação da miséria, o acesso à educação e saúde para todos e todas, e a consolidação da democracia em nosso país.  É preciso erradicar o ódio, sem anistia, para não repetirmos os erros do passado.