Não. Ao menos, nas várias instâncias do governo federal não se cogita. A iniciativa privada brasileira também não parece motivada a participar. Contrair empréstimos externos não é recomendável a um país cuja projeção de comprometimento do PIB é de 92% no corrente ano, bola de neve herdada da ditadura militar que realizou empréstimos externos abusivos para garantir a utopia do ” milagre brasileiro” do passado.
Observando países desenvolvidos, a exemplo dos Estados Unidos, Alemanha e Japão, ferrovias foram investimento prioritário de norte a sul e de leste a oeste. No pequeno Japão, sobrevivente de duas potentes bombas nucleares, o trem-bala revolucionou a economia do país, surpreendendo o mundo com velocidade horária superior a 400 quilômetros. Lá, entretanto, existe a prática de punição exemplar aos que se aventuram em dilapidar verbas públicas. Aqui, a mais alta representação parlamentar do país, entre os anos de 2019 a 2024, apoderou-se de nada menos que R$186.3 bilhões do orçamento da União para repassar sem a mais elementar transparência às respectivas bases eleitorais.
Para os titulares das emendas PIX o que importa é driblar a fiscalização e usar verbas do tesouro nacional em manobras eleitoreiras acobertadas pela corrupção.
Nós, mortais comuns, sentimos vergonha, quando o Ministro Flávio Dino é obrigado a deixar de lado incumbências importantíssimas no Supremo Tribunal Federal, para alertar o Poder Legislativo Federal que
EMENDAS ANÔNIMAS ESTÃO PROIBIDAS
A propósito, algum brasileiro tem conhecimento da existência de emendas PIX em qualquer outro país do planeta? Adicionaram ao nosso presidencialismo o componente ” de coalizão ” que nem faz parte de nossa Lei Maior e o Poder Legislativo assumiu encargos de um segundo Poder Executivo à moda da casa. Ou verbas bilionárias ou então não se votam iniciativas do governo.
Sem enquadrar o Centrão, é impossível, por exemplo, imaginar recursos para a revitalização de um sistema ferroviário moderno.Enquanto o mundo priorizava a inovação renovadora dos trens de alta velocidade, a ditadura militar – general Ernesto Geisel de modo especial à frente – determinou o fechamento de quase todas as estações ferroviárias do país, hoje convertidas em museus ou centros de cultura, ignorando que o transporte ferroviário sempre foi muito mais econômico, seguro e eficaz.
Não tenhamos dúvidas de que enquanto a prioridade do governo federal for a de pagar pelos votos de congressistas, impossível efetivamente será a inclusão do Brasil entre os países detentores de trens de alta velocidade.