O Tribunal Internacional de Justiça, o mais alto tribunal das Nações Unidas, ordenou a Israel que trave a ofensiva na cidade de Rafah, alegando “risco imediato” para o povo palestiniano, avança a AP.
Ainda que seja improvável que Israel cumpra a ordem do tribunal, a decisão deixa o governo de Netanyahu ainda mais isolado, numa altura em que três juízes do Tribunal Penal Internacional estão a decidir se emitem um mandado de captura para o primeiro-ministro israelita e o seu ministro da Defesa – e ainda para três dirigentes do Hamas.
As criticas à forma como Israel está a conduzir a ofensiva em Gaza têm vindo a aumentar, até do seu maior aliado, os EUA, que já admitiram publicamente a oposição à investida terrestre em Rafah, onde centenas de milhares de palestinianos procuraram refúgio dos combates no resto da Faixa de Gaza.
Já esta semana, Irlanda, Espanha e Noruega declararam que vão reconhecer o Estado palestiniano.
Pressões dentro do país
A nível interno, a pressão sobre Netanyahu para terminar a guerra também tem vindo a crescer: milhares de israelitas têm participado em manifestações semanais reivindicando que o governo chegue a acordo para a libertação dos reféns israelitas que continuam em cativeiro em Gaza.
A decisão divulgada esta sexta-feira pelo mais alto tribunal da ONU, ainda que não seja vinculativa, é mais um golpe na posição de Israel.
Na quinta-feira, o porta-voz do governo israelita deixou desde logo claro que Telavive não iria cumprir eventuais ordens do Tribunal Internacional de Justiça: “Nenhum poder na Terra vai impedir Israel de proteger os seus cidadãos e perseguir o Hamas em Gaza”, disse Avi Hyman, citado pela AP.
Apesar de ter pedido o fim da investida em Rafa, o tribunal da ONU não apelou hoje a um cessar-fogo em Gaza, conforme tinha sido pedido pela África do Sul nas audiências na semana passada. O pedido de cessar-fogo faz parte de um processo aberto no final do ano passado por África do Sul, que acusa Israel de cometer genocídio durante a ofensiva em Gaza, acusações que Israel nega veementemente. euronews