Mais de 200 mortos e meia centena de desaparecidos é o novo balanço da passagem do tufão Rai por diversas ilhas do centro e sul das Filipinas.
A tempestade arrancou telhados e árvores, derrubou postes de betão, esmagou casas de madeira, arrasou hospitais e escolas, inundou aldeias e destruiu colheitas.
Centenas de milhares de pessoas ficaram desalojadas. Muitas populações estão sem comida, água potável e eletricidade. Os sobreviventes, desesperados clamam por ajuda.
Uma idosa reclama frente às câmaras dos repórteres: “Pagámos muitos impostos quando trabalhávamos, mas agora não nos querem ajudar”.
Outro idoso afirma, visivelmente irritado: “Ninguém apareceu – não sei onde estão os políticos e candidatos eleitorais”.
O presidente, Rodrigo Duterte, visitou algumas das áreas mais duramente atingidas no sábado e comprometeu-se a desbloquear verbas para os esforços de recuperação.
Milhares de militares, elementos da polícia, guarda costeira e bombeiros foram destacados para as áreas mais duramente atingidas.
Entre as ilhas mais afetadas estão Bohol, Siargao, Dinagat e Mindanao.
As zonas afetadas estão sem comunicações, dificultando os esforços das agências de ajuda de emergência para avaliar a extensão total dos danos da tempestade.
Embarcações da guarda costeira e naval, bem como aviões que transportam alimentos, água e material médico, foram despachados, enquanto maquinaria pesada – como retroescavadoras e carregadoras frontais – foram enviadas para ajudar a limpar estradas bloqueadas por postes de eletricidade e árvores caídos.
O Rai – denominado nas Filipinas Odette – atingiu o país no final da época dos tufões – a maioria dos ciclones desenvolve-se tipicamente entre julho e outubro.
Os cientistas há muito que advertem que os tufões estão a tornar-se mais poderosos e a fortalecer-se mais rapidamente à medida que o mundo se torna mais quente devido às alterações climáticas provocadas pelo homem.
As Filipinas – classificadas entre as nações mais vulneráveis do globo aos impactos das alterações climáticas – são atingidas por uma média de 20 tempestades e tufões por ano, que tipicamente arrasam colheitas, casas e infraestruturas, em áreas já empobrecidas.
O tufão Haiyan, chamado Yolanda nas Filipinas, foi, até agora, a tempestade mais mortífera de sempre e deixou mais de 7.300 pessoas mortas ou desaparecidas, em novembro de 201