Pelo menos 50 pessoas morreram esta madrugada num ataque aéreo israelita a um acampamento de deslocados no noroeste de Rafah, de acordo com autoridades de saúde palestinianas.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que a maioria dos mortos e dezenas de feridos eram mulheres e crianças. Inicialmente, as autoridades palestinianas tinham reportado 35 mortes resultantes dos bombardeamentos desta madrugada, mas o número foi agora revisto.
Os ataques ocorreram dois dias após o Tribunal Internacional de Justiça ter ordenado que Israel pusesse fim à ofensiva militar em Rafah, onde mais de metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza procuraram abrigo antes da investida de Israel no início deste mês. Dezenas de milhares de pessoas permanecem na área, enquanto muitos outros fugiram.
O exército de Israel confirmou os ataques e disse que atingiu uma instalação do Hamas e matou dois membros do grupo palestiniano.
Um porta-voz do Crescente Vermelho Palestiniano disse que o número de mortos provavelmente vai aumentar à medida que os esforços de busca e resgate continuarem no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, a cerca de dois quilómetros a noroeste do centro da cidade.
Segundo o organismo, o local tinha sido designado por Israel como uma “área humanitária.” O bairro não está incluído nas áreas em que os militares de Israel ordenaram uma evacuação no início deste mês.
O ataque aéreo foi relatado horas depois de o Hamas ter lançado mísseis de longo alcance a partir de Gaza contra Israel.
Sirenes de alerta para um ataque aéreo foram ouvidas em Telavive pela primeira vez em vários meses.
Não há relatos de vítimas neste que foi o primeiro ataque com mísseis de longo alcance a partir de Gaza desde janeiro.
O braço armado do Hamas (as Brigadas al-Qassam) reivindicou responsabilidade pelo ataque.
Os militares israelitas adiantaram que oito projéteis dirigiram-se para Israel depois de serem lançados da cidade de Rafah, no sul de Gaza. Vários projéteis terão sido intercetados.
Também no domingo, dezenas de camiões de ajuda entraram em Gaza vindos do sul de Israel sob um novo acordo para contornar a travessia de Rafah com o Egito depois de as forças israelitas terem tomado o lado palestiniano no início deste mês. Os militares de Israel disseram que 126 camiões de ajuda entraram pela passagem vizinha de Kerem Shalom.
A travessia tem sido em grande parte inacessível por causa da ofensiva de Israel em Rafah. As agências das Nações Unidas dizem que geralmente é muito perigoso recuperar a ajuda. A Organização Mundial de Saúde na semana passada alertou que uma operação em grande escala em Rafah teria um impacto “desastroso”. euro news