Lucas narra nos Atos dos Apóstolos que Jesus, depois da sua ressurreição, por quarenta dias, mostrou-se vivo aos discípulos, até o dia em que foi levado para o céu (At 1, 1-11). Durante uma refeição, dá aos discípulos a ordem para que não se afastem de Jerusalém, pois, “sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias” (At 1, 4). Diz que irão receber o poder do Espírito Santo, “para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra” (1, 8).
Depois disto, foi levado aos céus e uma nuvem o cobriu (1, 9). Aos apóstolos que continuavam olhando para o céu, surgiram dois homens vestidos de branco que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo que o vistes partir para o céu” (1, 10-11). Jesus entregou aos apóstolos e a nós, nos dias de hoje a missão de ser sua presença viva entre os mais necessitados, os injustiçados, os desalentados: “O que fizerdes a um destes meus irmãos mais pequeninos é a mim que o fazeis” (Mt 25,40).
Mateus desloca para um monte na Galileia este último encontro de Jesus com os discípulos. Diz que, ao vê-lo, eles se prostraram, mas acrescenta: “Ainda assim alguns duvidaram” (Mt 28, 20). Lá no grupo de Jesus, assim como hoje, temos na comunidade aqueles que creem, os que têm dúvidas, os que gostariam de crer, mas não conseguem, os que desistiram de crer.
É a essas pessoas, cheias de fé ou meio incrédulas que Jesus envia: “… Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei”. Despede-se com a solene promessa: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”. (28, 20). Ele nos promete que estará sempre conosco e ao lado das comunidades na sua caminhada.