O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, participou no Fórum Ação EnergiaAgora em apoio à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável durante a preparação para debates da 78ª Assembleia Geral, em Nova Iorque.
O representante brasileiro disse que no contato com os envolvidos na questão energética, ele transmitiu de forma clara a mensagem do país à comunidade internacional, incluindo a líderes de governos e especialistas no tema.
Mudança da matriz energética global
“Nós estamos fazendo nosso dever de casa fortalecendo o nosso projeto de transição no Brasil para fortalecer as energias limpas e renováveis, acreditando muito na questão do hidrogênio verde como fonte de descarbonização. Nós viemos e deixamos um recado na Organização das Nações Unidas, para que nós nos unamos e possamos aproveitar a mudança da matriz energética global para poder fazer inclusão social e justiça social.”
O representante brasileiro destacou ainda como o histórico nacional nessa pauta pode inspirar a mobilização internacional para a transição energética. O evento foi marcado por novos compromissos, incluindo ajustes energéticos, para impulsionar a implementação do Plano de Ação Energético da ONU até 2025.
O ministro declarou que a realidade brasileira pode servir de modelo de melhores práticas no diálogo multilateral sobre a ação para acelerar o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS, de número 7.
“O Brasil tem na sua matriz de energia elétrica 88% limpa e renovável e nossas riquezas naturais com 11% da água doce do mundo. O vento do nordeste brasileiro, em especial a luz solar, que é extremamente relevante no Brasil. Ao norte, o potencial hídrico, o nosso potencial também do biogás e na questão dos biocombustíveis no Brasil, que é produtor de etanol há mais de 20 anos. Mais ativamente há mais de 30 anos se produz o etanol e já está na segunda geração, ou seja, a geração descarbonizada etanol. Agora, nós lançamos um programa ousado, o Projeto Combustível do Futuro, para poder integrar todas essas políticas públicas de descarbonização da matriz de transportes, a matriz de mobilidade.”
Medidas coletivas pela transição energética
Os debates durante duas semanas ressaltaram a necessidade de reforço de parcerias e medidas coletivas pela transição energética.
O ministro Alexandre Silveira apontou o caso do Brasil como interveniente na cooperação entre países do Hemisfério Sul. Para ele, o país pode influenciar os países industrializados na negociação por maior inclusão e justiça na transição energética.
“É natural que os países do Sul-Sul, do Sul Global, tenham na sua natureza uma transmissão que leve em conta as suas particularidades e a sua soberania. Cada um com suas respectivas potencialidades. Então, os biocombustíveis, naturalmente um caminho natural para nossa transição, nada contra a eletrificação e muito pelo contrário, eu acho que o Brasil é protagonista exatamente pela sua diversidade de fontes, mas eu espero que tudo isso se transforme na realidade de incluir, de fazer justiça social e de combater a desigualdade. Nós sabemos que os países industrializados, os países ricos, avançaram muito nessas questões ambientais.”
A questão da inclusão como fator que pode apoiar a pacificação mereceu destaque do ministro na reunião que envolveu agências da ONU, instituições multilaterais e atores do setor.
Descarbonização e na salvaguarda do planeta
“Lançando as bases concretas da transição energética no Brasil, que nós pretendemos fazer de forma justa e inclusiva. Até porque os países do Sul Global, da América do Sul e do sul da Europa representam muito na descarbonização e na salvaguarda do planeta. O Brasil quer, junto e de mãos dadas com esses países, poder fazer a transição e negociar com os mais industrializados a transição energética tão fundamental para a salvaguarda, mais uma vez, ambiental do nosso planeta e do nosso clima, mas de forma justa e inclusiva. Para que ela possa ser uma grande oportunidade de combater a desigualdade e fazer a transição social.”
O plano de ação da ONU para atender às demandas do objetivo número 7 visa alcançar mais rapidamente a transição para a produção de energia limpa e acessível nos próximos dois anos.
O documento que prevê eliminar as emissões de carbono é acompanhado de uma plataforma com Pactos de Energia envolvendo cerca de 200 governos, empresas e parceiros da sociedade civil.
Os compromissos são voluntários com etapas para impulsionar o progresso da pauta energética global. onu news