O calor extremo atingiu centenas de milhões de pessoas ao longo de julho, com um efeito dominó sentido em toda a sociedade.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM, o dia mais quente já registrado ocorreu em 22 de julho, representando mais uma evidência de como a emissão de gases de efeito estufa originados por atividades humanas estão mudando o clima.
Políticas atuais podem levar a 2,9°C de aumento de temperatura
O climatologista da OMM, Álvaro Silva, conversou com a ONU News, de Lisboa, e afirmou que o nível de compromisso dos países com a redução desses gases precisa acelerar.
“Este aquecimento está a ser muito rápido, portanto, há aqui um acelerar no aumento da temperatura média global. E a resposta, apesar de ser relativamente simples, é bastante difícil de executar. Portanto, nós temos de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e acelerar a ambição que temos nessa redução, porque com as atuais promessas que têm sido reportadas a nível dos diferentes países, se continuarmos com estas políticas, vamos estar a 2,5°C a 2,9°C no final do século”.
De acordo com ele, esses valores ficariam muito acima das metas estabelecidas em 2015, no Acordo de Paris, trazendo impactos “avassaladores”.
A OMM alerta que as temperaturas médias globais registradas por 13 meses consecutivos, de junho de 2023 a junho de 2024, estabeleceram novos recordes mensais.
Julho de 2024 foi o segundo mês mais quente do mundo e o segundo julho mais quente no registro de dados ERA5, do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.