“Celebrar o Dia da Consciência Negra é dizer que a criança terá um futuro…”, diz a Dra. Gislaine Gonçalves

Represantante do Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial, fez o uso da ‘Tribuna Livre’.

foto: Marquinhos de Oliveira/CMM

A professora Gislaine Gonçalves lembrou da importância da data, o primeiro feriado nacional da consciência negra, mas alertou que o país está no mesmo patamar do ano passado quando o assunto é preconceito e intolerância, e que os 134 anos da Lei Áurea “estão ainda muito distantes de um período de reparação de mais de 300 anos de escravidão”.

“Celebrar essa data é dizer que a criança terá um futuro, o adulto poderá ter um trabalho, a mãe poderá ter um espaço para deixar seus filhos, durante seu trabalho, as crianças terão cultura, caminhos de aprendizado, entenderão o seu passado e saberão quem são seus ancestrais”, sublinhou a professora.

Gislaine ressaltou que a Lei federal 10.639/2003 que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas brasileiras deveria estar institucionalizada “para que nós descendentes dos ancestrais africanos pudéssemos estar aqui hoje, celebrando essa data com consciência, tranquilidade, amorosidade, reflexão e, principalmente, entendendo quem nós somos”.

Reflexão
Em seu discurso, Gislaine convidou os vereadores à seguinte reflexão: “como podemos ter um país com um sistema que ainda somos a maioria das grandes marcações, infelizmente, da demanda social, de cuidado, da falta de estudo, de cultura, de trabalho, e de várias questões sociais que estão implementadas nesta grande maioria que foi escravizada junto aos seus antepassados e continua com essa marca em seus caminhos?”.

A resposta da oradora foi de que “somente com orgulho, cultura, estudo, educação, poderemos sim, alcançar as marcas dos grandes grupos que dizem ser do primeiro mundo: que é a mudança, termos sim o amparo que é de todos os cidadãos e cidadãs desse nosso país”.

“Uma criança na rua, uma criança perdida, um jovem drogado, uma mãe violentada, um jovem morto não é condição de um país em desenvolvimento. Precisamos lutar sim por datas como esta, colocada para que possamos nos orgulhar porque fomos e somos a maior parte de nosso país”, ressaltou.

ASC/CMM