Depois do grande susto de ontem, 26, quando a cidade recebeu a notícia de seis novos casos confirmados para Covid-19 em apenas 24h, hoje Maringá teve um pouco de alento. De acordo com o boletim elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde, não há confirmação de casos nas últimas 24 horas.
Vale lembrar que entre os seis casos confirmados do domingo, está o do deputado federal Ricardo Barros do PP, a demonstrar que o vírus não poupa ninguém e não está limitado a uma específica classe social.
O ISOLAMENTO SOCIAL ACABOU ?
Ainda que precário e forçado, o período de isolamento social imposto pelo decreto da prefeitura ajudou e muito a “achatar” a curva de crescimento do Coronavírus na cidade.
Não é o caso porém de fecharmos os olhos. O risco de contágio aumentou e muito a partir do momento que as atividades comerciais começaram a reabrir, quer por força de liminares, quer por flexibilização do decreto.
As ruas e avenidas centrais da cidade estão lotadas de gente num vem e vai, e isso é preocupante.
O frio como se sabe, é um fator que deve contribuir e muito para o aparecimento de patologias como a Covid-19, influenza e outras síndromes.
USE A FÓRMULA DO BOM SENSO
Se a política é aquela de fechar tudo e depois reabrir tudo só para ver o que acontece e também porque a pressão é grande, logo teremos as consequências batendo às portas.
Se por um longo período o conselho foi sempre aquele “de usar máscara somente se estiver com sintomas gripais” e de repente o acessório vira a salvadora da pátria, dá para ficar um pouco injuriado, mesmo porque o que se assiste nas ruas e nos comércios da cidade, digo em modo geral, não serve muito como referência de bom uso.
Seja qual for a fórmula de isolamento ou distanciamento, é preciso que haja bom senso até para usar a proteção.
“O que se percebe hoje, é que não tanto a abertura do comércio e das atividades que podem representar grandes riscos, mas o comportamento das pessoas”.
Na manhã desta segunda, pudemos observar pessoas se aglomerando em frente a agências bancárias e pudemos ver que a tal da distância de segurança é uma piada, poucos respeitam.
O acessório obrigatório é quase sempre presente mas ainda há muitos desavisados; entre os que usam, mais da metade as usa em modo errado; colocam as mãos na máscara várias vezes por minuto, tiram, recolocam, a pegam pela frente e algumas delas francamente, parece-me que nunca viram uma boa máquina de lavar ou tanque e muito menos sabão.
Me pergunto se em breve, não serão elas a maior fonte de novas contaminações ?
Logo cedo na padaria perto de casa, tive que pedir a gentileza para ao caixa da bodega de não permitir que pessoas sem máscaras entrem no recinto.
Não é a primeira vez e já lhe adverti que merece ser denunciado; aliás, já tentei ligando no 156, mas pense a dificuldade que é ser atendido naquele número nesses dias. Talvez estejam recebendo muitas reclamações; talvez.
O dono da padaria chega, me olha de cima embaixo e faz sinal com a testa para seu subordinado que com um gesto indica que o reclamão sou eu.
O tipo passa por mim com cara de poucos amigos e antes de desaparecer atrás de uma porta que com certeza leva ao seu escritório, ainda teve tempo de me ouvir repreender sua empegada, faladeira que só ela, que me atende sem luvas e com a máscara no queixo.
– A senhora está trabalhando sem luvas e com a máscara no queixo; se depois fecham as atividades vocês reclamam. Pode fazer a gentileza de …
Não faço em tempo de concluir a frase que me interrompe:
– Tirei só um pouquinho, diz rindo como quem zomba da situação.
No caixa, a situação não é diferente. Quem recebe o dinheiro sujo por natureza, o pega e com a mesma mão enluvada baixa a máscara para conversar:
– É só isso ?
Eu penso, “Ela quer mais”.
Agradeço com pressa e saio; para nunca mais voltar.
O dano econômico dos dias parados poderá ser maior ainda se formos obrigados a parar tudo e de uma vez por todas, mas até os números positivos desse período de isolamento encorajam tolos a continuar pensando que é só uma gripinha.
O grande problema é que não compreendem que mais do que para eles, podem ser nocivos para parentes que estão em grupo de risco e para pessoas que como eu, procuram respeita-las procurando não transmitir nem uma gotícula contaminada ou não.
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