Covid-19 se agrava e mantém países europeus reféns

Hospitais europeus aproximam-se de níveis de saturação e governos apertam restrições

Covid-19  se agrava e mantém países europeus reféns

Portugal cumpre esta segunda-feira o primeiro dia de estado de emergência e os cidadãos que não cumpram as regras impostas, nomeadamente ao toque de recolher obrigatório, incorrem em crime de desobediência.

As punições para quem não respeitar as regras do decreto presidencial e for apanhado pelas forças de segurança podem ir de um a dois anos de prisão ou de 120 a 240 dias de multa, sendo o valor do dia de multa definido pelo tribunal.

Entre as exceções para circular durante os períodos de recolher obrigatório (23h – 05h nos dias de semana e 13h – 05 nos fins de semana) estão as deslocações para o trabalho e para ir ao supermercado, mas quem vai trabalhar, para a escola, às compras, se se recusar a medir a temperatura ou se revelar febre, pode ser impedido de aceder a esses espaços.
 
 
 
 

De acordo com o decreto publicado este domingo à noite em Diário da República, “as medições podem ser realizadas por trabalhador ao serviço da entidade responsável pelo local ou estabelecimento, não sendo admissível qualquer contacto físico com a pessoa visada, sempre através de equipamento adequado a este efeito, que não pode conter qualquer memória ou realizar registos das medições efetuadas”.

No sábado, na apresentação das medidas deste novo estado de emergência, o primeiro-ministro António Costa lembrou a gravidade da situação durante a primeira vaga de Covid-19 no país, mas sublinhou que agora é pior e vem se agravando.

A 14 de outubro, quando propusemos à Assembleia da República que aprovasse uma lei que impusesse a obrigatoriedade de uso de máscaras, disse que a situação do País era grave. Tínhamos então dois mil novos casos por dia.

“Menos de um mês depois temos mais de seis mil novos casos por dia.

As medidas adotadas desde outubro e o ajustamento dos comportamentos não tem sido suficiente para controlar o crescimento da pandemia.

António Costa 
Primeiro-ministro de Portugal
 
 
Este domingo, Portugal sofreu mais 48 mortes e registou 5.784 novas infeções, elevando os totais para quase 180 mil casos desde a entrada do novo coronavírus no país, incluindo quase 2.900 óbitos.

Os números mais preocupantes nesta altura revelam-se nos hospitais, onde há pelo menos 2.522 camas ocupadas (mais 102 do que no sábado), incluindo 378 (+12) nas unidades de cuidados intensivos (UCI).

Incluídos nas medidas do estado de emergência está o reforço de “recursos humanos para apoiar os profissionais de saúde pública e de cuidados de saúde primários nas ações de rastreio e de acompanhamento e vigilância de pessoas em confinamento obrigatório”.

Grécia sofre recorde diário de óbitos

Este domingo ficou marcado na Grécia por um trágico recorde diário: morreram 35 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, num dia com mais 1.914 novos casos registados.

Nos hospitais gregos, avança o jornal Ekathimerini, há cerca de 260 “doentes Covid” nos cuidados intensivos, com uma idade média de 66 anos e diversas patologias. Pelo menos 228 estão  intubados.

A Grécia, que não foi tão afetada na primeira onda como outros países europeus do Mediterrâneo, já soma 56.698 diagnósticos positivos, incluindo 784 que culminaram em morte.

 

Suspeitas contra o Governo suíço

Na Suíça estão  aumentando as críticas ao governo e até suspeitas de estar em curso uma estratégia oculta de infeção coletivanoticia esta segunda-feira o jornal 20 Minuten.

Apesar dos altos números de novas infecções, que chegaram a ultrapassar na semana passada os 10 mil diagnósticos positivos diários, o Conselho Federal continua sem adotar medidas desde o final de outubro.

O ativista informático e lusodescendente Hernâni Marques falou ao 20 Minuten sobre as suspeitas e considerou “absolutamente escandaloso se o Conselho Federal estiver a confiar secretamente na contaminação da população”.

jornal Blick alerta para a saturação das camas de hospital já no final desta semana, a manter-se o ritmo de infecções diárias no país.

O governo helvético mobilizou, entretanto, as forças armadas para reforçar os primeiros cuidados hospitalares e as equipas de testagem, mas os críticos alegam que a solução não está em aumentar os recursos, mas em reduzir a propagação do vírus no país.

Apesar do agravamento da epidemia nestas últimas semanas, outubro terá sido inclusive o pior mês no quadro da pandemia e o número de infetados acaba de ultrapassar os 50 milhões, por toda a Europa continuam os protestos contra as restrições impostas por diversos governos e há quem continue a considerar a epidemia uma farsa.

Fonte: euronews