Hotéis sem acessibilidade para cadeirantes e em cidades longe da sede dos jogos que aconteceram em Londrina. Essa foi a situação que os atletas de Maringá se depararam quando chegaram na cidade vizinha para participar da competição. Os jogos aconteceram entre os dias 29 de maio e 02 de junho e muitas criticidades e limitações foram apontadas pelos atletas.
João é surdo e faz parte da seleção maringaense de futsal paralímpico que representou Maringá nos Jogos Abertos. Ele conta que os problemas começaram já antes da saída de Maringá. “Fomos prejudicados; treinamos um ano para trazermos um bom resultado nesta competição. Nós saímos daqui já sem saber em que hotel ficaríamos. Quando chegamos em Londrina, ficamos sabendo que nosso hotel era em Arapongas, e o problema é que o contrato com a empresa que transportava a delegação não previa viagens nesse trajeto e portanto, precisaríamos pagar UBER para fazermos as viagens entre as duas cidades. Chegando ao hotel em Arapongas veio outra surpresa. Não tinha acessibilidade, nem nos quartos, nem nos banheiros e os mais prejudicados foram os cadeirantes. Nós entendemos que fomos prejudicados porque a organização falhou e queremos explicações”, desabafou
ASSAMA REPUDIA ORGANIZAÇÃO DA PARANÁ ESPORTES – “NÃO FOI LEGAL O TRATAMENTO QUE RECEBEMOS”
Mas o caso do João e do futsal de Maringá não foi o único. Os atletas da Assama que representa Maringá na modalidade de Paravolei ficaram alojados em hotéis em Rolândia, e lá também houve problemas de acessibilidade. Os atletas cadeirantes ficaram alojados em quartos no segundo e quarto andares e para chegarem lá tiveram que usar o elevador, um de cada vez. Outro problema foi respeitar a agenda. Todos os dias os atletas tiveram que viajar para poderem chegar a Londrina para disputarem suas partidas.
“NÃO FOI LEGAL O TRATAMENTO QUE RECEBEMOS”
“FOI UM DESCASO TOTAL DA PARANÁ ESPORTE”, DIZ MARCELO RANGEL, ATLETA E DIRIGENTE DOS KINGS
Marcelo Amaral é atleta dos Kings, associação que representa Maringá nas modalidades de Basquete e Handebol em cadeiras de rodas.
Ele relata que o que aconteceu em Londrina “foi um descaso total da Paraná Esporte” com as delegações.
“Nossas equipes não sabiam onde eram os hotéis, esperamos por horas e quando finalmente nos informaram que eram em outras cidades tivemos que viajar de novo. Chegando lá, os hotéis não tinham nem acessibilidade para cadeirantes”.
“INACEITÁVEL”, LAMENTA MÁRIO VERRI, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DE MARINGÁ
“Nós queremos os jogos, mas queremos que eles sejam realizados em condições favoráveis para todos. Nós estamos falando de delegações como a dos Kings; são 21 atletas que para chegarem a seus quartos tiveram que subir de elevador, um de cada vez, então vocês podem imaginar a dificuldade que foi. Nos quartos também não havia acessibilidade, nem nos banheiros, e tudo isso se soma ao FATO que esses hotéis não eram em Londrina, mas em cidades vizinhas, o que prejudicou muito as equipes”, explicou Verri