Enio Verri destaca urgência de ações de socorro à afetados pela seca no Paraná

Deputado federal Enio Verri e outros parlamentares solicitam criação de Comissão Externa para avaliar os impactos da seca na agricultura e no abastecimento de água e alimentos à população

Enio Verri destaca urgência de ações de socorro à afetados pela seca no Paraná 
                
                    Deputado federal Enio Verri e outros parlamentares solicitam criação de Comissão Externa para avaliar os impactos da seca na agricultura e no abastecimento de água e alimentos à população
2022 inicia com desafios econômicos e sociais causados pelos impactos da seca no Paraná (PR) e nos outros dois estados da região Sul do Brasil: Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC). A longa estiagem exige medidas emergenciais para evitar a queda das safras, pois os prejuízos afetam diretamente à população. Preocupados com a situação, o deputado federal Enio Verri (PT) – em conjunto com o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores e os deputados do PR e do RS -, solicitou nesta semana ao Congresso Nacional a criação de uma Comissão Temporária Externa para acompanhar e elaborar relatório com diagnósticos e propostas de políticas específicas. O intuito é minimizar os efeitos da seca na agricultura e no abastecimento de água e alimentos no PR, RS e SC. O requerimento foi enviado ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco.
 

De acordo com o deputado Enio Verri, a comissão representativa irá avaliar e debater se as atuais medidas tomadas pelo governo federal em relação à estiagem – por meio de seus órgãos responsáveis -, são efetivas e se garantem a assistência necessária e imediata à população prejudicada.

O Brasil enfrenta um contraste climático extremo com enchentes no Sudeste e Nordeste e com a maior crise hídrica em décadas no Centro-Sul do país. Em todas as situações de desastres naturais, quem sofre é o povo. No caso da seca, além da queda na produtividade, desemprego no campo e mais inflação nos preços dos alimentos, temos ainda o risco de apagão elétrico, pois o governo federal havia negligenciado o planejamento energético e subestimado os custos futuros da garantia de energia. Por isto, a criação desta comissão é tão importante”, defende Verri.

A comissão vai trabalhar independente do volume de chuvas previsto para os próximos meses nos estados da região Sul. No requerimento, os deputados petistas ainda ressaltaram que ao criar a comissão temporária, o Congresso Nacional cumprirá – mais uma vez -, seu papel constitucional de fiscalizar as ações do Executivo, mesmo que em caráter urgente, uma vez que não é possível aguardar o início do período legislativo seguinte, em face da gravidade do tema apresentado, que exige pronta ação do Parlamento.

 
Estados do Sul ‘amargam’ prejuízos com a estiagem
As áreas rurais da região sul do Brasil foram e continuam sendo afetadas de forma severa por um período prolongado de seca. Conforme a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, a estimativa atual é de perda de 37% na cultura da soja na safra 2021/22, reduzindo a projeção inicial de 21 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas.

Relatório recente do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, estima prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões para a totalidade da safra de grãos do Paraná em 2021/22. A região Oeste é a mais atingida com redução prevista de 71% na colheita de soja, de 65% na de milho e de 60% na primeira safra de feijão, podendo somar R$ 8,1 bilhões de prejuízo. A queda, porém, abrange todas as regiões, com perda média estimada de 39% na lavoura de soja, 36% no milho e 30% no feijão.

A cultura de soja, que tem a maior área plantada do Paraná, é a que deve amargar os maiores prejuízos. Com produção inicial prevista em cerca de 21 milhões de toneladas, os números parciais do Deral mostram que a colheita não deve passar de 12,8 milhões de toneladas. Das 4,3 milhões de toneladas inicialmente previstas para o milho, aproximadamente 2,7 milhões de toneladas devem ser colhidas – redução de 1,5 milhão de toneladas e prejuízo de R$ 2,2 bilhões. Já a lavoura de feijão, cuja estimativa inicial era de 275,8 mil toneladas, deve ter redução de 83,9 mil toneladas e passar para 191,9 mil de toneladas, perdendo R$ 361,8 milhões.

De outra parte, a Emater do Rio Grande do Sul informa que já são mais de oito mil localidades e mais de 207 mil propriedades atingidas pelos efeitos da estiagem no Estado, além de cerca de 10,5 mil famílias com dificuldades ao acesso à água. A Emater contabiliza 115 mil produtores de grãos e aproximadamente 23,5 mil produtores de leite com perdas expressivas na produção. As perdas na produção de pastagens cultivadas chegam a 58,5% e em pastagens nativas, a 52,8%, fatos que antecipam os impactos negativos no abastecimento alimentar da população local.

Em Santa Catarina, são registradas perdas de até 50% na colheita de milho no Extremo Oeste. A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho – tanto milho grão quanto silagem – que deve impactar as cadeias produtivas de carne e leite. Só em Itapiranga, espera-se uma quebra de 35% na produção de milho grão e de 20% na colheita de soja.

ASC