Para o primeiro dia do ano, ganhamos a companhia dos pastores que foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José e o recém-nascido deitado na manjedoura. Saíram contando sobre o menino e todos que ouviram os pastores ficaram maravilhados (Lc 2, 16-21).
A maravilha é que Deus se fez humano no meio de nós e que nunca mais nossa sofrida humanidade deixará de ser acompanhada pelo Filho de Deus “nascido de uma mulher” (Gl 4, 4-7).
Por isso, celebramos também a maternidade de Maria, mãe de Deus e nossa mãe.
Nessa oitava de Natal, o menino foi circuncidado e recebeu o nome de Jesus, que significa “Deus salva”. Ele será o salvador e o libertador do seu povo ontem e hoje
O que podemos desejar para os que nos são caros e para toda a humanidade no início deste novo ano? A Liturgia retoma do livro de Números 6, 22-27), a mais antiga bênção que encontramos na Bíblia, a bênção de Aarão:
“O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz”.
Shalom, a paz, é como a soma e a plenitude de todos os bens. Por isso, as pessoas continuam até hoje se saudando na terra de Jesus com a expressão “Shalom”, “Salém”.
Celebramos ainda nesse primeiro dia do ano, o 58º. Dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa Paulo VI, em 1967, em momento de grandes ameaças à paz mundial.
Na mensagem do Papa Francisco para este ano, ele faz um chamado para que nos coloquemos “à escuta do grito da humanidade ameaçada”:
“Na aurora deste novo ano que nos é dado pelo nosso Pai celeste, um tempo jubilar dedicado à esperança, dirijo os meus mais sinceros votos de paz a cada mulher e a cada homem, especialmente àqueles que se sentem prostrados pela sua condição existencial, condenados pelos seus próprios erros, esmagados pelo julgamento dos outros e já não veem qualquer perspectiva para a sua própria vida. A todos vós, esperança e paz, porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor!”
“Cada um de nós deve sentir-se, de alguma forma, responsável pela devastação a que a nossa casa comum está sujeita, a começar pelas ações que, mesmo indiretamente, alimentam os conflitos que assolam a humanidade…Refiro-me, em particular, às desigualdades de todos os tipos, ao tratamento desumano dispensado aos migrantes, à degradação ambiental, à confusão gerada intencionalmente pela desinformação, à rejeição a qualquer tipo de diálogo e ao financiamento ostensivo da indústria militar. Todos estes são fatores de uma ameaça real à existência de toda a humanidade.
No início deste ano, portanto, queremos escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, todos nós, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus” (58º Dia Mundial da Paz 2025 – Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz | Francisco).
Convido à leitura dessa mensagem do Papa, com as propostas concretas de mudanças no nosso coração e de ações concretas na sociedade que contribuam para a construção da paz.