O Paraná se mantém na condição de modelo para o Brasil em logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas. De cada 100 produtos que saem da indústria, 98 têm o recipiente reciclado ou incinerado de maneira controlada.
É o Estado com melhor índice do País, superior inclusive à média nacional, que é de 94%. No ano passado foram recolhidos das propriedades rurais do Paraná 5,6 mil toneladas de embalagens vazias.
Os dados são do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que mantém convênio com o Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, para recolhimento, treinamento, controle e outras ações do programa Campo Limpo.
“Queremos fazer com que todo esse conhecimento possa avançar, do pequeno agricultor, que precisa de novas tecnologias para ser mais eficiente, até a grande industrialização”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Para um Estado como o nosso em que o agronegócio é muito forte, isso significa sustentabilidade e proteção ambiental, além da questão da sustentabilidade”, completou.
ESTRUTURA – O Paraná conta atualmente com 13 centrais de armazenamento e 51 postos de recebimento, além de 17 associações de revenda de embalagens. Do volume que chega diariamente, 90% das embalagens recolhidas do campo são encaminhadas a recicladoras.
Se fosse destinado de forma inadequada esse material poderia contaminar rios, solo e comprometer a saúde pública. Mas com este trabalho e estrutura vira tubulação para esgoto, embalagem para óleo lubrificante, caixa de bateria automotiva e conduíte, entre outros produtos. Os 10% restante dos recipientes vazios são encaminhados para incineração controlada.
“É um índice espetacular, que só reforça o ótimo trabalho feito pelo Estado em logística reversa”, acrescenta Laerty Dudas, coordenador da Divisão de Resíduos Sólidos do novo Instituto Água e Terra (IAT).
PROGRAMA – O programa, gerenciado pelo Inpev, se baseia na responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público. Antes de devolver no local indicado pelos revendedores, o agricultor deve lavar três vezes a embalagem, técnica mais conhecida como tríplice lavagem. Na sequência, revendedores e fabricantes recolhem, armazenam e enviam o material para a destinação final.
“O Paraná verdadeiramente se tornou uma referência no assunto. Até os anos 70, 80 era comum o agricultor usar o agrotóxico e enterrar a embalagem. Hoje, é obrigado por lei a fazer a tríplice lavagem, além de seguir todos os passos da reciclagem”, ressalta Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento.
CURVA EM EVOLUÇÃO – Coordenador Regional de Operações do Inpev, Fábio Macul conta que o objetivo é manter a curva de evolução. A intenção, revela ele, é terminar 2019 com 6 mil toneladas de embalagens vazias recicladas no Estado, chegando ainda mais próximo do índice de 100% de reaproveitamento.
Para isso, ele aposta no chamado “recebimento itinerante”, postos volantes de reciclagem que se espalham pelo Paraná em determinados dias do ano, seguinte um cronograma preestabelecido. “É um processo bem mais efetivo, que chega mais perto dos agricultores, com um dia determinado para o encaminhamento das embalagens”, afirmou.
CAMPO LIMPO – O Sistema Campo Limpo tem como base o princípio das responsabilidades compartilhadas entre todos os elos da cadeia produtiva (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
É coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), entidade sem fins lucrativos criada há 17 anos responsável por promover ações de conscientização e educação e reúne mais de 100 empresas fabricantes e dez entidades representativas das indústrias, distribuidores e agricultores, de todo o Brasil.
Desde o início das operações, em março de 2002, até dezembro de 2018, mais de 500 mil toneladas de embalagens vazias foram destinadas adequadamente no País. Neste período, o trabalho realizado no âmbito do Sistema Campo Limpo evitou a emissão de 688 mil toneladas de CO²eq (o que equivale à emissão de 4 mil viagens em torno da Terra de caminhão).
Plano Estadual de Resíduos Sólidos é modelo de gestão
O Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Paraná (Lei Estadual 19.261/2017) é um modelo de gestão único no Brasil. É um instrumento para auxiliar no processo de planejamento da gestão dos resíduos sólidos em cada município, buscando proteger a saúde pública e preservar a qualidade ambiental.
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, o Estado tem o objetivo de apresentar melhores soluções e recursos para gestão do resíduo, mas é preciso a colaboração da população.
“Todos devem fazer o mínimo necessário. Resíduos Sólidos é um tema que não refere-se a apena a uma pessoa, mas sempre ao coletivo”, afirmou.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná