Esta pergunta é recorrente. A instituição provoca curiosidade e, algumas vezes, até não é bem interpretada. A intenção real da criação de uma entidade, cujo objetivo principal é zelar pela língua pátria, está, justamente no fato de que nos tempos atuais, a preocupação com a leitura é bem pequena e com a escrita ainda menor, o que provoca pouca capacidade de interpretação segura dos atos e fatos da vida moderna.
Um povo é mais desenvolvido quanto melhor for capaz de compreender e criticar o que lê e o que é apresentado pela mídia, com sua própria cabeça, raciocínio e coração. Não é tão fácil influenciar um bom leitor. Ele tem sua própria visão e habilidade para fazer suas escolhas baseadas na sua análise e experiência de vida.
Uma academia é formada por professores, jornalistas, teatrólogos e amantes da literatura que se importam em registrar os fatos e deixar sua marca; que amam falar sobre o assunto e compartilhar ideias e textos; que entendem a importância de deixar a história registrada através de seus escritos, e que podem não ser os melhores, mas dão o seu melhor nos textos que escrevem e compartilham,
“Em geral é o caráter pessoal do escritor, e não a arte do seu talento que lhe marca a importância aos olhos do público”. Johann Goethe.
Apesar do ingresso de novos membros passar por importante crivo, onde são analisadas as obras e a vida do candidato, não se pode afirmar que os acadêmicos de uma cidade são seus melhores escritores. Esse, de fato, não é nosso objetivo maior:
“o mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar”, diz Eugène Delacroix .
Queremos estar com pessoas que amem a língua portuguesa, que lutem por ela, que se divirtam e se ocupem em discutir assuntos pertinentes, que se respeitem e que tenham sempre em mente a construção de uma sociedade mais fraterna e justa através de seus atos e palavras.