Pelo menos 33 funcionários eleitorais indianos morreram devido ao calor extremo que se fez sentir no sábado, dia das eleições nacionais, só no estado de Uttar Pradesh, no norte do país, informou um responsável eleitoral.
Na última semana, foram registadas muitas mortes na sequência de ondas de calor intenso, com temperaturas superiores a 45 graus.
As eleições nacionais de seis semanas da Índia terminaram no sábado, uma disputa que é amplamente vista como um referendo sobre a década no poder do primeiro-ministro nacionalista hindu Narendra Modi.
Quase 970 milhões de eleitores, mais de 10% da população mundial, votaram em mais de 8.300 candidatos para um mandato de cinco anos para os 543 assentos da poderosa câmara baixa do parlamento. Os votos serão contados na terça-feira e os resultados são esperados no final do dia.
A eleição é considerada uma das mais importantes na história da Índia. Se Modi ganhar, será o segundo líder indiano a ocupar o poder por um terceiro mandato depois de Jawaharlal Nehru, que foi primeiro-ministro do país entre 1947 e 1964. A maioria das sondagens mostra Modi e o seu Partido Bharatiya Janata à frente na corrida.
Críticas a Modi e os ataques às minorias religiosas
A campanha de Modi começou com um programa eleitoral de progresso económico, com a promessa de levantar os pobres e transformar a Índia numa nação desenvolvida até 2047. Mas tem sido matéria de discórdia nas últimas semanas, já que Modi intensificou a retórica polarizadora em discursos dirigidos à minoria muçulmana do país, que representa 14% dos 1,4 mil milhões de habitantes da Índia.
Desde que chegou ao poder em 2014, Modi tem beneficiado de uma imensa popularidade. Os seus apoiantes vêem-no como um líder forte, que melhorou a posição da Índia no mundo, e atribuem às suas políticas favoráveis às empresas o facto de terem transformado a economia da Índia na quinta maior do mundo.
Ao mesmo tempo, o seu governo ampliou os ataques descarados e discursos de ódio contra as minorias, especialmente os muçulmanos. Segundo os críticos, a democracia indiana está em risco e Modi esbateu a linha que separa a religião do Estado.
Durante a campanha eleitoral, o seu partido enfrentou uma dura resistência da aliança da oposição e do seu principal rosto político, Rahul Gandhi, do ‘Partido do Congresso’, que tem atacado Modi pelas políticas nacionalistas hindus e que espera aproveitar-se do crescente descontentamento da população face à economia.
O que preocupa os eleitores indianos?
Sondagens anteriores mostraram que os eleitores estavam cada vez mais preocupados com o desemprego, o aumento dos preços dos produtos alimentares e um sentimento geral de que apenas uma pequena fração dos indianos beneficiou do forte crescimento económico implementado por Modi, o que faz antever que a vitória não será tão fácil como inicialmente se imaginava. euro news