Na beira do lago de Tiberíades, disse Jesus aos que tiravam dos barcos suas redes, ao amanhecer: “Sigam-me. Farei de vocês, pescadores de homens”. Agora, na agitada cidade de Cafarnaum, dirige-se ao homem sentado à mesa de cobrança dos impostos: “– Segue-me”. Ele se levantou e o seguiu” (Mt 9 9b). Assim, narra Mateus o seu próprio chamado.
Prossegue contando que Jesus com seus discípulos foram à sua casa, onde se juntaram outros coletores de impostos e pecadores e sentaram-se todos juntos à mesa para comerem. Escandalizados, escribas e fariseus o acusam imediatamente de ser AMIGO DE PECADORES e ainda por cima de comer com eles. Jesus reage e esclarece: “— Os sadios não têm necessidade de médico e sim os doentes”. Ele veio para curar os corpos e os espíritos abatidos pelo sofrimento, o desencanto, a solidão, a fome e as injustiças. Evoca o profeta Oseias: “Misericórdia quero e não sacrifícios”. O Deus dos profetas e o seu Deus, tem entranhas de misericórdia. E conclui essa altercação com os escribas e fariseus dizendo: “Não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt. 9, 9-14). Mensagem cheia de ânimo e esperança: Deus se importa conosco, que somos pequenos, frágeis, cheios de defeitos e pecadores. Não vem para condenar, mas para salvar e para socorrer a ovelha perdida. Mensagem também de advertência para nós. Com a maior facilidade julgamos, condenamos e excluímos pessoas cujas condutas não se encaixam dentro de nossos moralismos estreitos. Esquecemo-nos da misericórdia, da compaixão e do amor, que são a essência mesma do Deus de Jesus Cristo e do seu Reino.