Na região sul do Brasil, o estado do Paraná foi o que teve maior diminuição de casos de dengue em 2021. No total, foram confirmados 36.752 casos, 86,03% a menos quando comparado a 2020. Nenhuma morte pela doença foi registrada no período.
Mesmo assim, o estado segue vigilante: dos 40 municípios brasileiros com maior incidência de casos de dengue, sete estão no Paraná (Mercedes, Serranópolis do Iguaçu, Sengés, Paranapoema, Santo Antônio do Caiuá, Campina da Lagoa e Pato Bragado.) Dos 399 municípios paranaenses, 40 apresentaram índice de infestação predial superior a 4%, o que deixa o município em alto risco para as arboviroses (veja no infográfico a classificação de risco frente à presença de vetores e criadouros no município).
A chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores do estado, Emanuelle Pouzato, explica que o cruzamento de dados sobre adoecimentos e a presença de vetores são fundamentais para o sucesso no combate às arboviroses – dengue, zika e chikungunya. O Paraná utiliza uma ferramenta chamada diagrama de controle que permite fazer o acompanhamento da evolução das doenças e traçar comparativos com períodos anteriores. “São alertas para que medidas relacionadas a evitar a proliferação vetorial sejam mais reforçadas e o engajamento da população como um todo seja mais reforçado nessas regiões, nesse momento”.
Situação do País
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Cuidados necessários
Para o combate é necessário unir esforços com a sociedade para eliminar a possibilidade de locais que possam acumular água. Os ovos da fêmea do Aedes aegytpi podem ficar incubados durante um ano e eclodir em apenas cinco dias quando entram em contato com a água. “É preciso manter os cuidados durante todo o ano por 365 dias”, reforça o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:
- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
A campanha do Ministério da Saúde lembra que cada um deve ter um olhar atento aos seus locais de moradia e trabalho. As inspeções das equipes de vigilância epidemiológicas mostram que pequenos recipientes móveis como pratinhos de planta, potes e garrafas são os principais criadouros do mosquito. O lixo também deve ser bem fechado para evitar o acúmulo de água.
Brasil 61