Pesquisa sobre poluentes do ar vira startup em Maringá

Por meio de sensores e softwares, objetivo é captar informações que possam apoiar o planejamento urbano em municípios; grupo recebeu premiação do Sebrae/PR

Foi durante o Startup Garage, uma metodologia do Sebrae/PR que fomenta a criação de startups no ambiente acadêmico, que três pesquisadores de Maringá se uniram e criaram a Urba Scienco. O grupo, que teve o projeto reconhecido entre os melhores no último ano, no Prêmio Startup Garage, recebeu o troféu de terceiro lugar na última sexta-feira (19), em Maringá.

A ideia foi toda concebida durante o Garage pela arquiteta e urbanista Bianca Simionato, mestranda em Engenharia Urbana na Universidade Estadual de Maringá (UEM), pelo bioquímico José Renato Pattaro Junior, pós-doutorando em Imunogenética pela UEM, e pela farmacêutica Joana Zacarias, pós-doutora em Ciência de Alimentos e pós-doutoranda em Imunogenética pela UEM.

“Começamos pensando em uma máscara para ser usada como equipamento de segurança por conta dos gases na indústria. Chegamos à conclusão de que se nem na pandemia as pessoas utilizavam máscara corretamente, uma máscara pesada para trabalhar poderia não dar tão certo. Então, pensamos em medir o ambiente”, conta Bianca.

Medir a concentração de poluentes atmosféricos somente em uma fábrica pareceu pouco, então o projeto cresceu e a ideia é fornecer serviços que possam apoiar planejamentos para cidades mais saudáveis, o que está ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Queremos, por meio da medição do ar, fazer o ordenamento urbano, confrontar outros dados, como histórico de trânsito, possibilitando que municípios tomem medidas a respeito e proporcionando que as pessoas possam viver melhor dentro da cidade”, frisa Bianca.

Ainda em fase de organização para a importação de sensores e de estruturação, a startup tem entre os interessados no serviço os municípios de Nova Esperança, de Ourizona e de São Carlos do Ivaí, na região noroeste do Paraná. A intenção é importar os sensores ainda no primeiro semestre para testar nessas primeiras cidades que procuraram o grupo.

Com processo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para assegurar o registro da marca, a startup tem buscado inspiração e tem feito conexões para estruturar o negócio. Como premiação pelo destaque no Startup Garage, os membros do projeto viajaram a São Paulo para conhecer grandes hubs de inovação, como o Cubo, o Distrito e a Oxigênio.

“Queremos agradecer todo o suporte que recebemos, especialmente ao nosso mentor durante o Garage, o Ricardo Caires, porque sozinhos não conseguiríamos. A quem está nas universidades, contem com esse tipo de apoio para entender o que é viável e quais caminhos trilhar”, observa o membro da startup, José Renato.

O Sebrae/PR, desde a primeira edição do Startup Garage, em 2018, identificou uma oportunidade de levar o programa para dentro da universidade, campo de ideias e talentos com potencial para se tornarem, também, negócios inovadores.

“Conseguimos ver que esse processo tem funcionado. Vimos empreendedores se encontrando e se conhecendo dentro do programa. E quando a gente leva a dinâmica e a metodologia das startups, vemos que ela faz sentido. A Urba, por exemplo, tinha muita intenção e, hoje, formata um serviço com potencial para atender o mundo inteiro”, comenta o consultor do Sebrae/PR, Nickolas Kretzmann.