Portugal promete acolher migrantes e refugiados de forma integrada

Novo governo assumiu em princípios de abril e diz não haver mudança na questão migratória; vice-chefe da diplomacia, Nuno Sampaio, fala de política externa fortemente orientada pela lusofonia.

COVID-19 : Lisboa junta-se ao resto do país no desconfinamento alargado

Portugal quer mais ambição na relação com os países de língua portuguesa e anseia cimentar vínculos de amizade entre os povos, disse o novo secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio.

“Este governo, naquilo que é a tradição de governos democráticos portugueses, continua de forma estável a relação de amizade com todos os países da lusofonia. Agora nós queremos ter mais ambição. Eu ligaria isso àquilo que me traz aqui, que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”

Política migratória “integrada e humanista”

As declarações de Sampaio foram feitas à ONU News, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, onde foi questionado sobre os receios de uma eventual política de migração controlada no país que acolhe mais de 980 mil migrantes.

“Relativamente aos refugiados, Portugal é um país de acolhimento que vai continuar a ser. Este governo, como é tradição de Portugal e este tem no seu programa, acolher quer os refugiados, quer os imigrantes, de forma integrada e humanista. Isso é claro. E em relação a esse aspecto não há qualquer mudança.”

Há um ano, as autoridades portuguesas criaram um modelo de concessão de autorizações de residência a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que conta com um portal específico para a atribuição destes títulos.

Alta taxa de envelhecimento 

A questão da migração foi uma das mais abordadas na corrida eleitoral no país que até agora é tido como estando no sentido oposto ao da região europeia pela alta de imigrantes acolhidos nos últimos anos. A taxa de envelhecimento é uma das mais altas do continente europeu.

Como uma das apostas do governo que assumiu neste abril, Sampaio fala de uma política com forte cooperação com a lusofonia impulsionada pela “posição geográfica e cultural atlântica e europeia, e a capacidade de construir pontes” a nível da economia e da cultura.

Em 2021, a Cplp adotou um acordo sobre mobilidade entre os Estados-membros, que passou a fazer parte do quadro de cooperação entre as oito nações do bloco.

onu news