A atuação do VAR (Video Assistant Referee – Árbitro Assistente de Vídeo) é alvo da análise profunda do experiente árbitro paranaense Valdir Bicudo (@valdirbicudo_). Para ele, a tecnologia ainda é nova, e precisa avançar muito para produzir resultados adequados. Além da questão tecnológica, Bicudo indica também como possível vacina para os grotescos erros de trios de arbitragem e mais sete pessoas que se sentam em frente às câmera do VAR no Brasil, passa pelo treinamento. Bicudo identificou erros com participação do VAR nas primeiras seis rodadas da Série A do Brasileiro de futebol.
“São erros absurdos e inomináveis”, afirma o ex-árbitro paranaense. No sábado (26) na partida Sport e Fortaleza o VAR levou oito minutos para disponibilizar a imagem de um lance que claramente a bola bateu no travessão e superou a linha de gol.

“Para mim foi gol e para muita gente também foi, mas para o árbitro de vídeo não entrou; já o árbitro da partida Matheus Delgado Candançan, disse que diante da imagem disponibilizada pelo VAR ele decidiu que era inconclusiva e não confirmou o gol do Fortaleza. O VAR foi implantado nas semifinais da Copa do Brasil de 2018; sete anos se passaram e pelo andar da carruagem só foi piorando”, sentencia Bicudo.
Falando sobre a partida entre Internacional de Porto Alegre e Maracanã (CE), Bicudo diz que foram mais dois erros. No primeiro lance o VAR teria levado cinco minutos para dar uma visão do lance ao árbitro e no segundo mais quatro.

“Mais uma vez as imagens fornecidas pelo VAR não forneceram acertividade. Mas o pior acontece em Maringá ontem (29) à noite na partida entre Maringá (@maringafc) e Atlético Mineiro pela Copa do Brasil. “Aos 46 minutos do segundo-tempo, mesmo diante das claras imagens que o VAR forneceu, o árbitro Denis Serafim deixou de marcar um pênalti escandaloso, vergonhoso. A árbitra que estava na cabine e seus assistentes continuavam a dizer que havia um puxão e é pênalti. Essa gente, ou querem derrubar o diretor de arbitragem da CBF Rodrigo Martins ou tem que voltar para o banco da escola do VAR e começar tudo de novo. É absurdo e inacreditável que na era da informação em tempo real, com todos os dispositivos à disposição, erram mais do que antes. Na Europa levam de 35 a 40 segundos e no máximo 2 minutos e não erram. No Brasil é um descaso total que me causa surpresa”, conclui Bicudo, que termina tecendo críticas pesadas ao Comitê Consultivo Internacional que atua na CBF e que precisa ver as imagens do jogo de ontem em Maringá e tomar providências para que comece a funcionar. “Será que esse Comitê não está vendo essas barbaridades”, é a interrogação do ex-árbitro Valdir Bicudo.
SOBRE VALDIR BICUDO
Valdir Bicudo Em fevereiro de 1983, estreou no Campeonato Profissional da Federação Paranaense de Futebol, no jogo Colorado 2 x 1 Matsubara. (Árbitro: Ivo Tadeu Scatola. Bandeiras: Valdir Bicudo e Ozeias Turra). A partir de 1988 passou a apitar a 2ª Divisão de Profissionais da Federação Paranaense de Futebol e em 1990 estreou como árbitro na 1ª Divisão de Profissionais no jogo, Toledo x Pato Branco. Atuou como Árbitro Assistente nas finais do Campeonato Paranaense da 1ª Divisão nos anos de 1992, 1993 e 1995. Em 1992 foi selecionado para o teste físico da CBF – aprovado com nota 10 no teste teórico e com o melhor Cooper do Paraná (fez 3230 metros em 12′) – atuou como 4º árbitro em várias jogos de todas as Séries do Brasileirão. Em 1995 de forma inexplicável foi sacado do quadro da CBF. Dirigiu (4) Atletibas – (Atlético/PR x Coritiba), ao longo da sua atividade como árbitro. Sendo (2) pelo Torneio Cidade de Curitiba em 1992, (1) em 1995 na Baixada, hoje Arena, e o último dia 13/04/1997 no Pinheirão.