Vice-presidente do Parlamento Europeu detida por corrupção com o Qatar

Vice-presidente do Parlamento Europeu detida por corrupção com o Qatar

Eva Kailim, vice-presidente do Parlamento Europeu

Cinco pessoas foram detidas, esta sexta-feira, na Bélgica, por suspeitas de envolvimento num caso de lóbi ilegal com o c

Catar, país anfitrião do atual Campeonato do Mundo de Futebol. Entre os detidos está a vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili.

No âmbito da investigação, a polícia belga realizou 16 buscas domiciliárias e deteve ainda mais quatro homens, todos italianos.

Entre os suspeitos detidos encontram-se o secretário-geral da Confederação Internacional dos Sindicatos, Luca Visentini, o ex-eurodeputado dos Socialistas e Democratas Pier-Antonio Panzeri (no cargo entre 2004 e 2019), um dirigente de uma ONG e o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi, que é assistente parlamentar, também ele ligado ao grupo dos Socialistas e Democratas no PE.

De acordo com o porta-voz do Ministério Público Federal, Eric Van Duyse, a investigação deste caso dura “há alguns meses”. Em causa estão indícios de “corrupção, branqueamento de capitais e organização criminosa” que alegadamente levaram o “país do Golfo Pérsico” a subornar os suspeitos para “tentar alterar as decisões políticas ou económicas do Parlamento Europeu”.

Os procuradores belgas revelam que das buscas resultaram ainda a recuperação de “cerca de 600 mil euros em dinheiro”, além da apreensão de “equipamento informático e telemóveis”, que “serão analisados como parte das investigações”.

Consequências políticas e limpeza de imagem
Na sequência das detenções, o grupo parlamentar europeu dos Socialistas e Democratas anunciou a suspensão imediata da eurodeputada grega, pelo menos enquanto as investigações estiverem em curso.

O PASOK, partido socialista grego, onde Kaili estava filiada, foi mais longe e determinou já a expulsão da política.

Ainda recentemente a eurodeputada tinha afirmado que o Catar era um “pioneiro dos direitos dos trabalhadores” após reunir com um ministro do país.

Os alegados subornos do Catar fariam parte de operação de limpeza de imagem do país, onde milhares de migrantes terão morrido na construção dos estádios para o Campeonato Mundial de Futebol deste ano. euronews