Pellegrini referiu que só conseguiu falar com Fico durante alguns minutos, uma vez que o líder do governo eslovaco está muito cansado e sob o efeito de medicação.
“Devo dizer que o seu estado de saúde é ainda muito sério, e só me foi permitido falar com ele por alguns minutos, porque sua condição atual realmente requer paz e tranquilidade sem quaisquer outras distrações externas”, revelou o novo chefe de Estado, que tomará posse no próximo mês.
Apesar do burburinho político, tudo parece muito calmo em Bratislava, e ninguém diria que o país está à beira de uma guerra civil, como afirmou o ministro da Administração Interna na quarta-feira à noite. No entanto, nos bastidores políticos ainda reina muita preocupação quanto à saúde do primeiro-ministro.
E as tensões parecem ter aumentado depois de o governo eslovaco ter acusado a imprensa e a oposição pelo ataque a Fico.
Segundo o ministro do Administração Interna, Matús Sutaj-Estok, o atirador confessou ter agido com base em informações a que teve acesso nos meios de comunicação. O agressor culpa o primeiro-ministro pela abolição da Procuradoria Especial, pela cessação da ajuda militar à Ucrânia, pela interferência na televisão pública e pela remoção do presidente do Conselho Judicial.
O ministro sugeriu ainda que haverá repercussões para os meios de comunicação. “Digo isto a todos, especialmente a todos os ‘mestres do mundo’ atrás do teclado, que agiremos com firmeza e intransigência”, prometeu.
Por seu lado, a Presidente cessante Zuzana Caputova e Peter Pellegrini, que venceu as últimas eleições presidenciais, mostraram uma frente unida e pediram calma.
“Queremos apelar a todos para que sejam responsáveis. Vamos sair do círculo vicioso de ódio e acusações mútuas. O que aconteceu ontem foi um ato individual, mas a atmosfera tensa de ódio foi obra coletiva”, declarou Zuzana Caputova.
O Presidente eleito, Peter Pellegrini, também apelou aos partidos políticos eslovacos para suspenderem ou reduzirem a campanha para as eleições europeias para não alimentarem mais confrontos. “É a última coisa que a Eslováquia precisa neste momento”, avisou.
Fico foi baleado na quarta-feira, à saída de uma reunião do Conselho de Ministros na cidade de Handlová, por um homem de 71 anos.